Luz solar e água do mar: é esta a receita da quinta Sundrop para fazer crescer, no meio do deserto australiano, 180 mil tomateiros, com capacidade para produzir até 15 mil toneladas de alimentos por ano.
A quinta é a prova de que, mesmo sem solo adequado, sem recurso a combustíveis fósseis, sem água subterrânea ou pesticidas, mas com a devida inteligência humana, pitadas de tecnologia e boas intenções, é possível plantar diversos alimentos nas condições mais adversas.
As plantações da Sundrop Farm são feitas dentro de uma estufa hidropónica forrada simplesmente com cartão encharcado com água, como descreve a New Scientist. A plantação no deserto australiano tem uma extensão de 20 hectares e foi inaugurada a 6 de outubro.
A água é retirada do Golfo Spencer, e todos os processos elétricos dentro da estufa – incluindo a dessalinização da água do mar – recorrem a energia renovável, através de 23 mil espelhos que refletem luz solar para uma torre recetora.
Os primeiros tomates produzidos pela quinta Sundrop já estão a ser distribuídos nos supermercados do país, e a promessa é de expansão: em breve começará a produzir outros alimentos, como outras frutas e pimenta.
As plantas são cultivadas dentro de cascas de coco, e a quinta utiliza insetos específicos para controlar as possíveis pragas.
A infraestrutura desta quinta custou 200 milhões de dólares, mas o CEO da Sundrop Farms garante que muito em breve o investimento irá compensar: o facto de não precisar de combustíveis fósseis não só ajuda no orçamento da empresa, como também no lucro ambiental que este tipo de construções trará para o mundo.
A Sundrop planeia criar estufas sustentáveis semelhantes em Portugal e nos EUA.
Excelente iniciativa !!! Uma prova de que é possível (e desejável) viver sem o veneno da Bayer ou Monsanto. Seria bom que sistemas como estes se espalhasse pelo mundo.
Mal adaptado para português de Portugal. Além disso dificilmente 20ha de estufas terão qualquer efeito na maneira como os alimentos são produzidos. Basta comparar com a área de estufas de Almeria, que se veêm do espaço.
Caro Jorge,
Não se pode comparar a produção de uma estufa tradicional (Almeria) com a de uma estufa hidroponica.
A notícia parece traduzida por tradutor automático, mas mau. Apenas alguns exemplos:
As estufas não são “forradas a cartão encharcado”, devem é ter um sistema de arrefecimento evaporativo por painel molhado e extractor.
É óbvio que há combustíveis fosseis associados a este sistema de produção: quanto mais não seja no enorme aparato de equipamentos necessários, que não caíram do céu certamente.
Não há qualquer relação entre os números de plantas, área e produção. Um tomateiro a produzir 833 kg de tomate por ano? (2,25 kg por dia?). Convém ler antes de escrever.
Caro Mário,
Obrigado pelos reparos, o número de tomateiros foi corrigido. Sugerimos-lhe que, se tiver mais dúvidas, consulte a fonte original (New Scientist https://www.newscientist.com/article/2108296-first-farm-to-grow-veg-in-a-desert-using-only-sun-and-seawater/, o link já foi acrescentado).