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Juiz obriga cliente de prostituta menor a comprar-lhe livros educativos

Um homem de 35 anos foi condenado pelo tribunal de Roma a dois anos de prisão, mas isso foi apenas uma parte do castigo. O magistrado que julgou o caso acrescentou à sentença uma pena adequada ao crime.

Segundo a imprensa italiana, um juiz recorreu à sua criatividade e obrigou um homem, julgado por prostituição de uma menor de apenas 15 anos, a comprar-lhe livros sobre dignidade feminina.

Na lista de livros indicados pelo juiz, conta a AFP, encontram-se entre outros algumas obras de Virginia Woolf, “O Diário de Anne Frank” e versos de Emily Dickinson.

A decisão do juiz foi fortemente criticada pela filósofa italiana Adriana Cavarero.

Em declarações ao Corriere della Sera, a professora de Filosofia Política da Universidade de Verona considera que era melhor ter obrigado o próprio criminoso a ler as obras.

“Teria sido melhor se os livros tivessem sido prescritos ao criminoso, não à vítima”, diz Cavarero, cujo livro sobre a figura feminina na filosofia antiga se encontra na lista de livros indicados pelo juiz.

“Entregar o corpo por dinheiro é errado, mas a menina tem apenas 15 anos, a adolescência não é um momento de reflexão”, acrescenta a filósofa, de 69 anos.

O que o homem fez foi muito pior: é um adulto que, sabendo, pagou para ter sexo com uma menor”, conclui Adriana Cavarero.

Com a sua decisão, conta o jornal italiano, o juiz pretende que a menina possa compreender o mal que está a causar a si própria, e como a sua dignidade feminina sofre com isso.

Segundo o DN, em 2013 as autoridades italianas começaram a investigar uma rede de prostituição que envolvia duas jovens de 14 e 15 anos num bairro de classe alta nos arredores de Roma.

As adolescentes eram atraídas para a prostituição pelo dinheiro, que usavam para “comprar roupas novas e os mais recentes modelos de telemóvel”.

ZAP

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