Um professor universitário chinês utiliza uma tecnologia de reconhecimento facial nas suas aulas para determinar o grau de interesse dos alunos.
O professor de ciências Wei Xiaoyong, da Universidade de Sichuan, na China, arranjou um método invulgar para perceber se os seus alunos estão interessados nas aulas.
Segundo o The Telegraph, tudo começou quando, há cerca de cinco anos, Wei decidiu utilizar um dispositivo de reconhecimento facial para registar a assiduidade dos alunos.
Agora, o professor tira ainda mais partido dessa mesma tecnologia, uma vez que aproveita o dispositivo para determinar o grau de interesse dos alunos.
Para isso, o professor colocou câmaras estrategicamente posicionadas na sala de aula que registam e identificam as várias reações dos alunos.
De acordo com Wei, o sistema de algoritmos deteta as alterações de humor de cada um, mostrando se estão envolvidos, com uma postura neutra ou simplesmente distraídos.
“Quando cruzamos este tipo de informação com a forma como ensinamos, ao colocar numa linha de tempo, podemos saber quando estamos a conseguir atrair a atenção dos alunos”, explica ao jornal britânico.
O professor decidiu partilhar esta técnica com colegas e amigos, que também dão aulas em universidades chinesas, e espera agora que este método possa ajudar outros profissionais da área.
“Pode ser usado para uma grande variedade de ciências sociais, trabalho psicológico e até por investigadores ligados à área da educação”, considera ainda.
Big Brother escolar
O conceito de instalar câmaras em salas de aula não é novo, como explica o Quartz.
Engenheiros dos laboratórios SensorStar em Queens, Nova Iorque, começaram a usar o método em 2013 para estudar o rosto dos estudantes e a usar um algoritmo para analisar as suas expressões.
O resultado da investigação ainda não foi publicado mas o co-fundador da empresa, Sean Montgomery, defende que a ideia de estar a ser filmado não deve incomodar as pessoas.
“É exatamente aquilo que o professor já consegue ver com os seus olhos e aquilo que consegue ouvir com os seus ouvidos”, argumenta.
Mesmo assim, o conceito não agrada a algumas pessoas que temem não só ver a sua privacidade invadida mas também pelo receio de que as imagens possam ser usadas com outras intenções.
No caso de Wei, o professor não esclareceu se os seus alunos sabem que estão a ser filmados e se há algum tipo de penalização para aqueles que não prestam atenção nas aulas.
ZAP / Hypescience