Professor usa reconhecimento facial para perceber nível de tédio dos alunos

Tulane Publications / Flickr

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Um professor universitário chinês utiliza uma tecnologia de reconhecimento facial nas suas aulas para determinar o grau de interesse dos alunos.

O professor de ciências Wei Xiaoyong, da Universidade de Sichuan, na China, arranjou um método invulgar para perceber se os seus alunos estão interessados nas aulas.

Segundo o The Telegraph, tudo começou quando, há cerca de cinco anos, Wei decidiu utilizar um dispositivo de reconhecimento facial para registar a assiduidade dos alunos.

Agora, o professor tira ainda mais partido dessa mesma tecnologia, uma vez que aproveita o dispositivo para determinar o grau de interesse dos alunos.

Para isso, o professor colocou câmaras estrategicamente posicionadas na sala de aula que registam e identificam as várias reações dos alunos.

De acordo com Wei, o sistema de algoritmos deteta as alterações de humor de cada um, mostrando se estão envolvidos, com uma postura neutra ou simplesmente distraídos.

“Quando cruzamos este tipo de informação com a forma como ensinamos, ao colocar numa linha de tempo, podemos saber quando estamos a conseguir atrair a atenção dos alunos”, explica ao jornal britânico.

O professor decidiu partilhar esta técnica com colegas e amigos, que também dão aulas em universidades chinesas, e espera agora que este método possa ajudar outros profissionais da área.

“Pode ser usado para uma grande variedade de ciências sociais, trabalho psicológico e até por investigadores ligados à área da educação”, considera ainda.

Big Brother escolar

O conceito de instalar câmaras em salas de aula não é novo, como explica o Quartz.

Engenheiros dos laboratórios SensorStar em Queens, Nova Iorque, começaram a usar o método em 2013 para estudar o rosto dos estudantes e a usar um algoritmo para analisar as suas expressões.

O resultado da investigação ainda não foi publicado mas o co-fundador da empresa, Sean Montgomery, defende que a ideia de estar a ser filmado não deve incomodar as pessoas.

“É exatamente aquilo que o professor já consegue ver com os seus olhos e aquilo que consegue ouvir com os seus ouvidos”, argumenta.

Mesmo assim, o conceito não agrada a algumas pessoas que temem não só ver a sua privacidade invadida mas também pelo receio de que as imagens possam ser usadas com outras intenções.

No caso de Wei, o professor não esclareceu se os seus alunos sabem que estão a ser filmados e se há algum tipo de penalização para aqueles que não prestam atenção nas aulas.

ZAP / Hypescience

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