O gigante de mobiliário Ikea anunciou esta terça-feira que vai recolher o seu popular modelo de cómodas Malm, depois de seis crianças terem sido esmagadas pela queda do móvel.
“A Ikea dos Estados Unidos e a Ikea do Canadá vão lançar uma recolha local de cómodas, apenas na América do Norte”, disse à agência France Presse a porta-voz do grupo, Kajsa Johansson.
Johansson sublinhou que as cómodas “reuniam todos os requisitos obrigatórios de estabilidade em todos os mercados onde foram vendidos” e acrescentou que o móvel “deve estar aparafusado à parede” tal como dizem as instruções.
Segundo a imprensa norte-americana, estão a ser recolhidas 29 milhões de cómodas.
Desde esta segunda feira que as cómodas Malm já não se encontram disponíveis no site da IKEA norte-americana, mas estão à venda em Portugal.
A IKEA Portugal confirmou entretanto que as cómodas Malm estão a ser recolhidas devido a uma norma da ASTM, uma organização local norte-americana.
“Esta decisão voluntária da IKEA surge no seguimento da norma ASTM F2057-14, aplicável exclusivamente na América do Norte”, informa o grupo em comunicado distribuído à imprensa.
Segundo o comunicado, “as cómodas IKEA cumprem os requisitos de segurança em vigor em todos os mercados onde são vendidas e não constituem perigo quando fixadas à parede, conforme explicado nas instruções de montagem”.
Os acessórios de ferragem encontram-se incluídos na embalagem do produto e disponibilizados gratuitamente em todas as lojas
Em 2015, o Ikea lançou uma campanha nos EUA e no Canadá para encorajar os donos das cómodas Malm a fixarem-nas à parede. Na altura, segundo a BBC, a empresa ofereceu aos proprietários 27 milhões de kits de fixação.
A autoridade norte-americana de segurança do consumidor, CPSC, declarou então que “os armários e as gavetas do modelo Malm apresentam risco de tombar se não estiverem devidamente aparafusadas à parede”.
O grupo sueco informou que foram confirmadas 6 mortes nos últimos 13 anos envolvendo cómodas Ikea, todas nos EUA. Nenhuma das cómodas tinha sido fixada à parede.
Três destas mortes ocorreram nos últimos dois anos.
ZAP / Lusa / BBC