Uma equipa de conservadores gregos começou, este mês de Junho, as obras de restauração da capela onde se encontra o túmulo de Jesus Cristo – e onde, segundo as Escrituras Sagradas da Bíblia, ressuscitou.
A capela, que se encontra na Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, está a cair, cedendo ao seu próprio peso, e é actualmente, suportada por uma estrutura de emergência, construída em 1947.
Para recuperar a estrutura em ruínas, que coloca em risco o túmulo de Jesus, a equipa de conservação e restauro vai ter que levantar a laje do Sepulcro Sagrado, explicaram ao Washington Post os elementos da Universidade Técnica Nacional de Atenas que estão à frente do projecto.
Há 200 anos que a laje não é levantada e esse momento está a ser encarado com muita expectativa porque será a primeira vez que arqueólogos e especialistas modernos vão poder analisar o túmulo esculpido na chamada Rocha Sagrada.
Parafusos de titânio
A equipa de investigação já sondou a capela com recurso a radar de penetração no solo e a scanners laser e também está a utilizar drones no processo, além de prever o uso de parafusos de titânio, explicaram os conservadores.
Algumas das técnicas modernas usadas pela equipa de restauro já permitiram detectar, nas primeiras pesquisas superficiais, uma fractura na rocha que alberga o túmulo e que não se sabia existir.
Acredita-se que terá sido provocada pelo peso das colunas da capela.
A conservação da histórica estrutura passa agora por redefinir e ancorar os mármores com “argamassa de estabilização” dos tempos modernos injectada em alvenaria do Século XII.
Os trabalhos de conservação vão decorrer durante a noite, permitindo que a capela continue a ser visitada por peregrinos e turistas ao longo do dia.
E se ninguém sabe o que se pode esperar desta viagem inédita até ao túmulo de Jesus, também é difícil apontar previsões quanto ao tempo que durará este projecto no local mais sagrado e mais importante da fé cristã.
“Pode demorar entre 9 meses e mil anos – ou até prolongar-se para sempre”, salientam os conservadores da obra.