BCE e Comissão Europeia preparam auditoria à Caixa

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European Parliament / Flickr

Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu

Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu

O Banco Central Europeu e a Comissão Europeia estão a colocar a hipótese de fazer uma auditoria à Caixa Geral de Depósitos (CGD) antes de decidirem se autorizam ou não a recapitalização do banco estatal.

A TSF avança que a auditoria estará a ser negociada com o novo presidente da CGD, António Domingues, e já é do conhecimento do governo de António Costa.

Com uma auditoria feita pelos organismos liderados por Mario Draghi e Jean-Claude Juncker, qualquer decisão sobre a recapitalização da CGD seria adiada para depois do verão, protelando também a comissão de inquérito exigida pelo PSD e tornando desnecessária a “auditoria forense” pedida pelo Bloco de Esquerda.

No último debate quinzenal, o PSD mencionou que alegados “negócios ruinosos” praticados pela instituição poderiam ter provocado os atuais problemas, propondo investigar os créditos concedidos pelas administrações da CGD.

No entanto, a verificar-se, a auditoria do BCE e da Comissão Europeia será mais profunda que uma comissão de inquérito nacional, devido às limitações impostas pelo sigilo bancário.

De acordo com o Diário Económico, mesmo as avaliações da CGD, feitas ao longo dos últimos anos pelo Banco de Portugal, estariam sujeitas às mesmas limitações.

Para a maioria parlamentar, o adiamento dará tempo a António Domingues para fechar a nova administração e negociar com Bruxelas o reforço de capital de que a Caixa precisa para cumprir as exigências do BCE.

Bruxelas diz que “não é um auditor”

A Comissão Europeia negou qualquer envolvimento numa eventual auditoria à Caixa Geral de Depósitos (CGD), salientando que apenas avalia planos financeiros no âmbito de ajudas estatais.

“A Comissão não é um auditor nem realiza auditorias”, explicou o porta-voz do executivo comunitário para a Concorrência, Ricardo Cardoso, quando questionado sobre notícias divulgadas esta sexta-feira sobre uma eventual intenção de Bruxelas e do Banco Central Europeu de realizarem uma auditoria à CGD antes de haver uma decisão sobre a recapitalização do banco público.

“O que podemos fazer em casos de auxílios estatais é uma avaliação aprofundada de um plano financeiro apresentado por um Estado-membro ou, por exemplo, pedir mais informações ao Estado-membro. Mas a Comissão nunca realiza por si uma auditoria financeira ou forense”, salientou Ricardo Cardoso.

Questionado sobre se tencionam pedir mais informação a Lisboa sobre a CGD, o porta-voz adiantou que a Comissão Europeia “está em contacto com as autoridades portuguesas”.

Já António Costa afirmou que a Comissão Europeia procederá a uma “avaliação” sobre o pedido de capitalização da Caixa para analisar as reais necessidades de financiamento e afastar dúvidas sobre ajudas de Estado.

Interrogado sobre os objetivos de Bruxelas com a avaliação que procederá ao pedido de recapitalização da CGD, António Costa referiu que “havia dúvidas se a União Europeia permitiria essa capitalização e se a consideraria ou não ajuda de Estado”.

“Para que a Comissão Europeia se possa pronunciar tem de proceder a uma avaliação das necessidades efetivas de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos. Bruxelas tem de verificar se a capitalização é adequada às necessidades ou é uma capitalização que, ultrapassando as necessidades efetivas da Caixa, pode configurar uma ajuda de Estado”, justificou o líder do executivo.

ZAP

3 Comments

  1. uma bofetada bem dada aos partidos da esquerdalha … a este desgoverno , … os derrotados … é só pedir dinheiro e gastar sem querer dar satisfações , a quem nos está a financiar …. a troco de uma posição de um lugar no poder … por ambição de um fulano que PERDEU AS ELEIÇOES … ” … POR POUQUECHIINHO … UM MENTIROSO, ALDRABÃO, UM MANIPULADOR DE PALAVRAS ACTOS E OMISSÕES .. , EM SUMA
    NO HORIZONTE PAIRA NOVO RESGATE FINANCEIRO AOS OLHOS DE UM MUNDO DE NEGÓCIOS FINANCEIRO QUE NÃO QUEREM NEGÓCIOS COM ESTE DESGOVERNO, QUE TRAÍ A LÓGICA DA EVOLUÇÃO DE UM MUNDO TECNOLÓGICO EM EVOLUÇÃO ….. …. PRESPECTIVAS !!!!! A DESTRUIÇÃO DE PORTUGAL …A FALTA DE CONFIANÇA !!!! PERANTE UMA UE … OS INVESTIDORES …. O CAMINHO CERTO DE UM RESGATE FINANCEIRO ….
    Uma auditoria à CGD feita pelo BCE é fundamental para se perceber como arderam 10.000 milhões € em crédito malparado na banqueta do Estado. … o Governo Sócrates teve início em Março de 2005, e nove meses depois o deputado José Lello deixou de exercer o seu mandato em exclusividade, para passar a integrar o conselho consultivo da Capgemini em Portugal, uma consultora especializada em tecnologias de informação. Durante os seis anos do consulado lello-socrático, a Capgemini firmou 113 contratos por ajuste directo com entidades públicas, no valor de 6,7 milhões de euros, alguns dos quais relacionados com o famoso Simplex.
    Ao mesmo tempo, o incansável deputado Lello exercia ainda o
    cargo de membro não executivo do conselho de administração da Domingos da Silva Teixeira (DST), uma empresa de construção e engenharia com negócios na área das energias renováveis, águas e saneamento. Enquanto Lello foi administrador da DST, celebraram-se 62 contratos por ajuste directo com entidades públicas, num total superior a 71 milhões de euros. Um único contrato com a Parque Escolar, em Maio de 2009, rendeu quase 25 milhões. José Lello foi consultor da Capgemini entre Setembro de 2006 e Novembro de 2012 e administrador da DST entre Janeiro de 2007 e Fevereiro de 2012. O Governo Sócrates caiu em Junho de 2011, e com ele parecem ter caído também — curiosa coincidência — as notáveis capacidades administrativas de José Lello, um homem cujo talento insiste em manifestar-se apenas na órbita do Estado socialista…

    • Coitada… deve ser triste não ter noção!…
      Ora pensa lá um bocado quem foi responsável por gerir a CGD nos últimos 4 anos…
      Só agora é que acordaram?!…
      Pois!…

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