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Cientistas criam por acidente baterias mais duradouras

As baterias são um dos componente onde os avanços não têm acompanhado o resto da tecnologia, mas um acidente poderá vir dar uma ajuda, permitindo a criação de baterias bem mais duradouras que as actuais.

As baterias de iões de lítio podem ser das mais avançadas actualmente, mas embora ofereçam uma relação energia/densidade interessante, sofrem do problema do número de ciclos de carga/descarga.

Em alguns casos isso faz com que, após poucas centenas de ciclos a sua capacidade seja significativamente reduzida – e que faz com que, após alguns anos (ou até meses) de uso, se comece a sentir que a bateria já não dura o que durava.

Essa degradação deve-se à expansão e contracção microscópica das estrutura química da bateria, e que vai deteriorando a sua eficiência, coisa que há muito se tem tentado resolver… e que agora poderá ter sido, finalmente, conseguido… por acidente.

Durante uma experiência, os investigadores Li Ju, do MIT – Massachusetts Institute of Technology, e Wang Changan, da Tsinghua University, de Pequim, que trabalhavam com nanopartículas de alumínio, deixaram ficar o material exposto a ácido durante muito mais tempo do que o previsto.

Nature Communications / The Economist

A nova bateria evita muitos dos problemas das baterias convencionais com ânodos de grafite, ao alojar os ânodos de alumínio numa cápsula de óxido de titânio

A nova bateria evita muitos dos problemas das baterias convencionais com ânodos de grafite, ao alojar os ânodos de alumínio numa cápsula de óxido de titânio

Em vez de darem a experiência por arruinada, os dois investigadores decidiram analisar o que dali tinha resultado – e ainda bem que o fizeram.

O resultado foi a criação de micro-estruturas em que o alumínio ficava protegido por uma camada exterior de óxido de titânio, que actua como barreira de protecção contra a contracção e expansão do núcleo de alumínio – algo que se adequa perfeitamente às necessidades das baterias de lítio.

As experiências iniciais demonstraram que mesmo após 500 ciclos de recarregamento, uma bateria com este material podia manter uma carga quatro vezes superior à de baterias convencionais.

Este poderá não ser o milagre que se deseja, de ter baterias com muito maior capacidade.

Mas saber que uma bateria poderia potencialmente durar décadas em vez de um ou dois anos já seria um excelente primeiro passo.

Resta agora esperar que o processo possa ser facilmente adaptado para a produção em massa de forma comercialmente viável.

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