Foi recentemente descoberto um documento que mostra que a famosa designer tinha ligações com os serviços de inteligência do regime nazi.
Historiadores franceses revelaram esta quarta-feira que os arquivos dos serviços secretos mostram que a icónica designer Coco Chanel tinha ligações com os serviços de inteligência alemães durante a II Guerra Mundial.
A informação foi descoberta a partir de uns documentos que estavam guardados no castelo medieval de Vincennes, perto de Paris, nos quais se incluem detalhes sobre algumas operações realizadas pelos espiões alemães para encontrar membros da resistência francesa, ações secretas do governo de Charles de Gaulle e os seus esforços para localizar criminosos de guerra.
Num desses documentos está escrito que a designer, uma das mulheres mais emblemáticas do século XX, seria um dos vários agentes que trabalhavam para o regime nazi.
“Uma fonte em Madrid informou-nos que a madame Chanel foi, entre 1942 e 1943, amante e aliada do barão Guenter von Dinklage. Dinklage trabalhou para a embaixada alemã em 1935 e suspeitamos que seria um agente alemão”, pode ler-se na nota escrita em 1944.
De acordo com Frederic Queguiner, que está responsável por estes arquivos, o documento mostra que também Coco foi considerada uma agente dos serviços de inteligência nazi, organização conhecida por Abwehr.
“Do ponto de vista dos alemães, eles registaram-na nos documentos, o que pode significar que ela trabalhou como informadora ou participou numa das suas missões”, explicou à Associated Press.
No entanto, o responsável também deixa claro que a designer poderia não estar consciente disso. “Não sabemos dizer se ela estava a par desta situação”, acrescenta.
Com o início da II Guerra Mundial, a designer fechou todas as suas lojas e boutiques, alegando que este não era o momento ideal para se pensar em moda.
Recorde-se que, depois de o seu sobrinho ter sido preso, Chanel terá estabelecido contacto com as autoridades alemãs e, depois de a França ter sido libertada, foi acusada de colaborar com o regime nazi e foi expulsa do país.
ZAP / Sputnik News