O ex-presidente do Benfica foi detido esta quinta-feira pela PJ mas saiu em liberdade, tendo ficado apenas sujeito a termo de identidade e residência.
Na sequência da detenção durante a tarde desta quinta-feira, Manuel Damásio foi ouvido no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, tendo saído em liberdade já durante a noite.
O ex-presidente do Benfica foi detido no âmbito da operação conhecida por Rota do Atlântico, suspeito de crimes como branqueamento de capitais, tráfico de influências, prática de corrupção no comércio internacional e fraude fiscal, segundo uma nota divulgada pela Procuradoria Geral da República, citada pelo Jornal de Notícias.
O antigo dirigente ficou sujeito ao termo de identidade e residência, não podendo sair do país nem entrar em contacto com os outros arguidos, suspeitos e testemunhas do caso.
Recorde-se que o empresário José Veiga e o advogado Paulo Santana Lopes são dois dos outros arguidos nesta investigação, estando detidos desde o passado dia 8 de fevereiro.
Veiga encontra-se em prisão preventiva e o irmão do ex-primeiro ministro ficou em prisão domiciliária. O processo tem ainda como arguida a advogada Maria Barbosa, que se encontra com termo de identidade e residência.
De acordo com a notícia avançada pelo Diário de Notícias, o antigo dirigente encarnado é suspeito de utilizar a sua influência junto de decisores públicos em favor dos negócios de José Veiga, sobretudo na compra do Banco Internacional de Cabo Verde.
Segundo os dados recolhidos pelo jornal, a PJ recolheu elementos desse alegado tráfico de influências, o qual pode envolver decisores públicos e gestores de bancos – o antigo ministro Miguel Relvas poderá ser um desses nomes.
Além dos apartamentos e das viaturas de luxo, o antigo presidente do Benfica também terá facilitado a entrada de Veiga na sociedade que gere o Atlântico Estoril Residence, uma situação que terá permitido ao empresário de jogadores de futebol, através de uma offshore, branquear dinheiro.
Segundo o JN, à saída do tribunal, Damásio não quis prestar quaisquer declarações aos jornalistas. O seu advogado, Nobre Correia, disse apenas que o empresário “prestou as declarações que entendeu” e “os esclarecimentos que lhe foram solicitados pelo tribunal”.
ZAP