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Enfermeiro confirma casos de eutanásia em hospital público

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Um profissional de saúde confirmou ao Jornal de Notícias que já assiste a mortes assistidas há mais de 40 anos num hospital central e explica de que forma pode ser feito.

O enfermeiro, que iniciou a atividade profissional num hospital central em 1975, afirmou ao JN que desde essa altura vê vários pacientes a serem ajudados a morrer.

Sob anonimato, o enfermeiro refere que existem várias formas indolores de ajudar os pacientes a morrer, sendo que uma das técnicas mais comuns é a injeção de ar nas veias. Esta prática provoca uma morte sem dor, semelhante a um ataque cardíaco.

No caso dos doentes oncológicos terminais ou com insuficiência respiratória, as bolas de morfina confortam o doente e antecipam a morte, explicou o enfermeiro, já que o tratamento da dor tem evoluído mas ainda não resolve todos os problemas.

A técnica foi, aliás, apontada pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, nas declarações à Rádio Renascença que causaram polémica.

“Vi casos em que médicos sugeriram administrar insulina aos doentes para lhes provocar um coma insulínico. Não estou a chocar ninguém, porque quem trabalha no SNS sabe que estas coisas acontecem por debaixo do pano”, afirmou Ana Rita Cavaco, que referiu depois que nunca viu ninguém fazê-lo.

Em reação a estas declarações, o Ministério da Saúde anunciou, em comunicado, que solicitou à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) uma “intervenção com carácter de urgência” para “apuramento dos factos”, com vista ao “cabal esclarecimento dos cidadãos”.

O Ministério aproveita para reafirmar a “total confiança nas instituições e nos profissionais do SNS”.

A Ordem dos Médicos também reagiu, revelando que vai apresentar queixa contra a Bastonária dos Enfermeiros ao Ministério Público e à IGAS.

“Independentemente das posições individuais relativamente à legalização da eutanásia”, refere a OM, “o teor destas declarações é extraordinariamente grave, pois envolve médicos e enfermeiros na alegada prática encapotada de crimes de homicídio em hospitais do SNS”.

O órgão representativo dos médicos também diz desconhecer qualquer caso de “eutanásia explícita ou encapotada” no SNS.

O tema da eutanásia foi lançado para o debate público, nos últimos tempos, fruto do movimento pró-eutanásia que inclui 100 figuras públicas e vai mesmo ser debatido no Parlamento.

ZAP

5 Comments

  1. Tem razão, agora andam armados em santinhos, toda a gente sabe isso e eles, coitadinhos, não sabiam, daqui o meu apoio à bastonária dos enfermeiros que teve coragem de revelar essa situação.

  2. Esses profissionais mereciam uma medalha, por aliviar o terrivel sofrimento a que estão sujeitos esses doentes. Mantidos vivos artificialmente, para engordar a máquina dos paliativos…

  3. Quere-me parece que, à semelhança do que ocorre em tantos outros assuntos, o que se passa é uma questão de conceitos.Senão vejamos….Se os media utilizarem o termo “Eutanásia ocorre nos hospitais”.Isto choca muita gente, quiçá , a maior parte dos leitores (são leitores, mas nada esclarecidos sobre as coisas).Por outro lado se utilizarem um termo do género, relativo a um qq doente, “coitado, foi melhor assim.Abreviou-se o sofrimento do sr ou srª”.Provavelmente isto não chocaria o “meio mundo ” que choca o uso da palavra “eutanásia”.A Eutanásia não me assusta em si, desde que EU possa escolher e MAIS NINGUÈM. E o problema começa aqui….Tenho receio que uma vez tornada legal a eutanásia passe a ser uma “Treblinka” dos tempos modernos.Esse sim….É o meu receio !! SE houve quem a praticasse então atuou de forma ilegal e, pior, sem conhecer a vontade própria do doente.E mesmo conhecendo-a, documentou-a ? Não me parece.Portanto praticou crime! Mas no seu ato, na sua consciência praticou o que era melhor para o doente? ou para a pessoa ? Parece o mesmo, mas não é ! E quem trabalha na Saúde, sabe muito bem que “pessoa” e “doente” não é a mesma coisa.

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