A adesão à greve dos trabalhadores da CP, CP-Carga e Refer era às 8h muito elevada, de acordo com uma fonte do sindicato dos ferroviários, enquanto, segundo a empresa, 95% dos comboios circularam com normalidade.
Em declarações à agência Lusa o coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário, Abílio Carvalho, disse que ainda é cedo para adiantar números concretos sobre a adesão à greve, mas na CP-Carga rondavam [entre as 00:00 e as 8h] os 100 por cento.
“É muito difícil conseguirmos números concretos. Houve muita sobreposição de turnos, houve trabalhadores que foram chamados nos seus dias de descanso para virem trabalhar e outros que estavam em situação de reserva. Assim, torna-se difícil saber dados concretos, nomeadamente o número de aderentes à greve”, adiantou Abílio Carvalho.
No entanto, o coordenador do sindicato dos ferroviários salientou que lhe têm chegado por parte dos trabalhadores informação de que estão a exercer o seu direito à greve.
“As nossas revindicações hoje e sempre continuarão a ser as mesmas: que sejam repostos os cortes, o que nos roubaram do salário e que sejam cumpridos os acordos de empresa”, disse.
Por seu turno, a porta-voz da CP – Comboios de Portugal, Ana Portela, disse hoje à Lusa que entre as 00:00 e as 08:00 de hoje circularam 95% dos comboios.
A Lusa tentou, sem sucesso, obter informações sobre a greve junto da Refer.
Os trabalhadores da CP, CP – Carga e da Refer cumprem hoje uma greve de 24 horas contra os cortes salariais e privatizações previstas para o setor.
José Manuel Oliveira, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário, explicou anteriormente à Lusa que na base do protesto está “o corte dos salários e dos direitos” no setor, assim como “as políticas de privatização/concessão e destruição do serviço público ferroviário”.
O dirigente sindical criticou, nomeadamente, o fim do direito ao transporte gratuito, quer de reformados, quer de trabalhadores no ativo.
O sindicato critica também os cortes no abono de família, o “acordo de empresa recortado às tirinhas”, o “brutal aumento dos impostos” e os “cortes nas pensões”, além do menor investimento em ferrovia (quer no material circulante, quer na infraestrutura), da “redução contínua” de trabalhadores e da total falta de “segurança” quanto à manutenção do posto de trabalho.
/Lusa