Cerca de sete mil turistas foram retirados das ilhas Gili, perto de Lombok, onde um sismo de magnitude 6,9 provocou, no domingo, pelo menos 98 mortos e centenas de feridos.
Os milhares de turistas foram transportados para Lombok, onde aguardam transporte para a ilha turística de Bali ou para a capital, Jacarta, de acordo com a agência noticiosa Antara, que cita o ministro da Segurança indonésio, Wiranto.
As equipas de emergência indonésias prosseguem hoje com as operações de resgate. De acordo com o porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres, as equipas já conseguiram retirar, com vida, uma pessoa que se encontrava numa mesquita que desabou no norte de Lombok, a área mais afetada, com 72 mortos.
De acordo com o novo balanço, há pelo menos 98 mortos mas as autoridades indonésias admitem que o número de vítimas mortais possa subir.
O sismo, com o epicentro a dez mil metros de profundidade, ocorreu uma semana após um outro abalo também na ilha turística de Lombok, que provocou 17 mortos e mais de 300 feridos.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, já ofereceu a ajuda da entidade ao país, situado no “anel de Fogo do Pacífico”, uma região de grande atividade sísmica e vulcânica que regista cerca de sete mil terramotos por ano, na maioria moderados.
O dirigente da ONU exprimiu a sua tristeza, perante “a devastadora perda de vidas, os feridos e a destruição” provocada pelo abalo, disse o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq. Guterres garantiu que “as Nações Unidas estão prontas para apoiar os esforços em curso de busca e salvamento, se for necessário”, adiantou o porta-voz.
Em 2004, um sismo na costa norte da ilha indonésia de Sumatra originou um tsunami que provocou pelo menos 280 mil mortos em 12 países banhados pelo Índico, a maioria na Indonésia.
A Comissão Europeia também já se mostrou disponível a auxiliar as autoridades da Indonésia, depois de já ter ajudado a retirar 250 turistas das ilhas Gili.
Na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, Carlos Martin Ruiz de Gordejuela referiu que Bruxelas está a agir “em coordenação com as autoridades nacionais” e “disponível para ajudar naquilo que for solicitado”, tendo já respondido a um pedido de mapeamento territorial, através do sistema de emergência da União Europeia (UE) de navegação por satélite Copernicus.
“Os cidadãos europeus devem, em primeiro lugar, procurar ajuda junto da sua representação consular. Caso o país aí não esteja representado, pode recorrer a qualquer outro consulado de um Estado-membro“, informou.
Cerca de duas dezenas de cidadãos portugueses que se encontravam na Indonésia durante o sismo de domingo estavam na segunda-feira à tarde a ser retirados das ilhas Gili em embarcações do Governo indonésio, segundo o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
ZAP // Lusa