Condenação é inédita em Portugal, mesmo depois de a jovem ter beneficiado da amnistia papal. Joana fez-se passar pela vítima para a inscrever em sites pornográficos e encomendar brinquedos sexuais — e até comunicou a sua morte a jornais locais.
Tudo começou em 2019, e a humilhação durou até 2021. Joana F. tem agora 28 anos, e enquanto estudou no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) perseguiu obsessivamente uma colega da mesma faculdade, e até familiares.
Começou por criar perfis falsos na aplicação de encontros Tinder, onde escrevia “eu e o meu namorado procuramos experiências novas, contactem”, conta o JN. À vítima, enviava com frequência, através de perfis falsos, insultos, mentiras, e até mensagens para namorados das amigas.
Utilizou, mais tarde, montagens para falsificar nudes da aluna, que enviava para sites pornográficos e sites de serviços de acompanhantes, onde divulgava que a vítima estava disposta a prestar serviços sexuais em troco de dinheiro.
Criava histórias falsas que humilhavam a outra estudante, e enviava mesmo conteúdos para escolas e outras entidades da terra natal da vítima, uma pequena cidade do interior de Portugal.
Encomendava, através do e-mail da vítima, as mais diferentes coisas, desde pizzas ou produtos de beleza a brinquedos sexuais, e chegou mesmo a marcar cirurgias plásticas em seu nome e encomendar exames médicos. Respondia a anúncios online e tentou mudar as palavras passe da vitima em dezenas de serviços digitais.
nos equipamentos informáticos que utilizava, as autoridades encontraram fotografias da vítima e pesquisas sobre cibercrime e bullying.
Decidiu também criar contas falsas em nome da tia da estudante, nomeadamente no LinkedIn, onde colocou como profissão stripper. Replicou com esta vítima quase todos os crimes.
Depois, foi mais longe — simulou a sua morte. Para um jornal local da terra da vítima, enviou um obituário, onde escrevia: “é com tristeza nos nossos corações que informamos que a nossa estimada colega do ISCSP faleceu perdendo a batalha para uma infeção […] Partilhem”. O texto era acompanhado de uma fotografia e de um convite para o funeral.
Negou tudo em tribunal, e chegou mesmo a fazer-se passar por amiga da vítima para lhe tentar extrair informações sobre a investigação. Tentou acusar as amigas da vítima de terem sido elas a cometer os crimes, mas no fim acabou por confessar, através de um longo e-mail, o que tinha feito — disse ter sido vítima de uma manipulação, a quem não atribuiu responsáveis.
Joana foi condenada a 7 anos e 9 meses de prisão, depois da sua pena ter sido atenuada devido à amnistia papal aquando das Jornadas Mundiais da Juventude, em 2023. É acusada de 75 crimes diferentes, que vão desde ameaça a denuncia caluniosa. É uma condenação inédita em Portugal.
Diria que será preciso ser altamente psicopata para alguém dedicar tanto tempo e esforço a tentar destruir a vida de alguém. Ironia das ironias, frequentava o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas pelo que deveria ter todos os meios de fazer o devido auto-diagnóstico… Tristemente, não foi capaz… Prejudicou imensamente a vida de uma ‘colega’ e destruiu a sua.
Com jeitinho, se Hollywood souber da estória, ainda vai acabar por ganhar uns $$$ via royalties com a produção de um filme, tipo “O Silêncio dos Inocentes” :/