Três pessoas foram condenadas no Brasil por assassinar uma mulher e comer a sua carne, recebendo penas entre 20 e 23 anos de prisão, anunciou hoje a juíza que presidiu ao julgamento.
A juíza Gomes de Lima determinou uma pena de 23 anos de reclusão para Jorge Silveira, enquanto as outras acusadas, Isabel Pires e Bruna da Silva, vão passar 20 anos na cadeia cada uma.
O trio foi condenado por homicídio qualificado, violação e ocultação do cadáver de Jéssica Pereira, de 17 anos, assassinada em maio de 2008 em Garanhuns, município brasileiro do estado de Pernambuco, depois de ter sido atraída para a casa pelos homicidas para trabalhar como ama de crianças.
Os três canibais estão igualmente indiciados pelos homicídios de Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, mortas, respectivamente, em fevereiro e março de 2012, mas o processo ainda não transitou em julgado.
De acordo com a Globo, “os acusados afirmam fazer parte da seita O Cartel, que visa a purificação do mundo e o controlo populacional. A ingestão da carne faria parte do processo de purificação.
O caso veio a público depois de parentes de Giselly Helena da Silva terem denunciado o seu desaparecimento.
Os acusados usaram o cartão de crédito da vítima em lojas de Garanhuns e foram vigiados pela polícia.
Segundo a BBC, os condenados terão confeccionado e vendido aos vizinhos empadas feitas à base da carne da mulher assassinada.
Durante as investigações, a polícia brasileira encontrou restos humanos no quintal da casa, que era partilhada pelos três condenados, além de 50 páginas de um livro escrito por Jorge Silveira sobre os rituais relativos à purificação do mundo e o controlo populacional.
Segundo a acusação do Ministério Público, Negromonte e Isabel eram casados, não podiam ter filhos, e pretendiam criar a filha de Jéssica Pereira como sua.
A defesa pode agora recorrer da decisão.
ZAP / Lusa /ABr