Os pinguins-africanos são capazes de reconhecer os seus parceiros pelas manchas no peito – uma habilidade de reconhecimento visual crucial para a localização dos companheiro em colónias “grandes e barulhentas”.
Um estudo – que será publicado na edição de janeiro da Animal Behaviour – revelou que os pinguins-africanos (Spheniscus demersus) identificam os seus parceiros através de manchas “únicas” no peito.
Num estudo anterior, em 2021, a equipa já tinha reparado que estes pinguins – também chamados pinguins-do-cabo, por serem típicos da África do Sul – reagiam a características visuais dos membros da sua colónia.
No entanto, não tinha ficado evidente que as características em questão eram “simples” manchas no peito.
No novo estudo, os investigadores puseram 12 pinguins em frente a imagens em tamanho real de outros pinguins-africanos (com a cabeça tapada).
Os pinguins direcionaram preferencialmente o olhar para imagens de “parceiros” seus, em detrimento de outros pinguins da mesma espécie.
Mais revelador ainda: quando foram apresentadas duas imagens – uma com e outra sem as manchas distintivas – os pinguins favoreceram a imagem com manchas.
Esta preferência desapareceu, no entanto, lhes foram mostrados dois pinguins sem manchas, o que confirmou a importância destes marcadores, na identificação dos parceiros.
Luigi Baciadonna, líder da investigação, explicou que esta “capacidade de discriminação visual” é fundamental para os pinguins encontrarem os seus ninhos “em colónias grandes, barulhentas e lotadas”.
“Dado o quão desajeitados são, os pinguins podem não parecer muito inteligentes, mas com este estudo mostrámos que, na realidade, eles são bastante complexos“, disse o cientista, citado pela New Scientist.