Depois da Rússia ter falhado, a Índia prepara-se para pousar pela primeira vez na Lua, esta quarta-feira. O objetivo é chegar ao ainda desconhecido polo sul. Pode ser um dos momentos mais marcantes da história da exploração lunar.
Têm sido dias muito agitados, no que diz respeito à história da exploração espacial.
No último domingo, a sonda espacial russa Luna-25 despenhou-se, na lua. Tinha planos para alunar esta segunda-feira no misterioso polo sul, mas colidiu com a superfície lunar.
Caiu, assim, uma missão de vários anos dos russos, que seria inédita.
Esta quarta-feira, dia 23 de Agosto, é a vez da Organização de Investigação Espacial Indiana (ISRO) tentar a sua sorte, com a missão Chandrayaan-3.
Se bem-sucedida, a Índia será a primeira nação a conseguir aterrar no polo sul da Lua.
Este ano, já três países falharam as respetivas aterragens no satélite natural — a Rússia, o Japão, cuja aeronave ficou sem combustível, e Israel, que também se despenhou contra a superfície lunar.
A Índia pode tornar-se apenas o quarto país a colocar uma sonda na lua. Desde as primeiras aterragens suaves soviéticas e americanas na lua nos anos 60, só a China conseguiu juntar-se à Rússia e aos EUA nesta proeza.
Não é, contudo, a primeira tentativa da Índia. Após o início do programa lunar em 2008, a missão Chandrayaan-2 em 2019 viu o seu módulo de aterragem, Vikram, falhar na descida.
Até agora, a missão Chandrayaan-3 tem corrido bem. Se atingir com sucesso a lua, focar-se-á, então, na exploração do polo sul lunar, onde se acredita que possa existir água.
O módulo de aterragem – também chamado Vikram – transporta um pequeno astromóvel chamado Pragyan, destinado a explorar o solo lunar durante cerca de duas semanas, em regiões lunares misteriosas.
A aterragem vai poder ser acompanhada no canal do YouTube da ISRO, esta quarta-feira, a partir das 12h50 (hora de Lisboa).
Lançada a 14 de Julho do centro espacial de Sriharikota, em Andhra Pradesh, a missão foi propulsionada pelo foguete Launch Vehicle Mark 3 (LM-3).
O Chandrayaan-3 — que significa “veículo lunar”, em português — teve um custo de 67 milhões de euros.
Tantas missões falhadas para alunar. Talvez seja pertinente pedirem ajuda aos astronautas do Apollo 11, visto que com tecnologia rudimentar, conseguiram à primeira!!