A Embaixada do Japão em Seul começou a publicar diariamente os níveis de radiação na região de Fukushima, em resposta às preocupações renovadas na Coreia do Sul sobre os efeitos do desastre nuclear de 2011.
A medição diária, que compara os níveis de radiação em duas cidades da região de Fukushima com Tóquio e Seul, surge também num contexto de crescentes tensões entre os dois países. “O interesse pelos níveis de radiação no Japão aumentou recentemente, especialmente na Coreia do Sul”, indica aquela representação diplomática, no seu site oficial.
As relações entre os dois vizinhos têm se deteriorado devido a uma profunda disputa histórica sobre os trabalhadores coreanos recrutados à força por empresas japonesas durante a ocupação da península coreana pelo Japão (1910-1945).
Os dois países impuseram recentemente restrições comerciais um ao outro, enquanto a Coreia do Sul também reforçou os controlos de radiação sobre as importações de produtos alimentares japoneses.
Alguns deputados sul-coreanos também pediram uma proibição de viajar em partes do Japão e um boicote aos Jogos Olímpicos de Tóquio, no próximo ano, citando alegados riscos de radioatividade.
“O Governo japonês espera que a compreensão dos sul-coreanos sobre os níveis de radiação no Japão melhore, enquanto continuamos a fornecer informações precisas, baseadas em evidências científicas e claramente explicadas”, insistiu a Embaixada.
De acordo com o último boletim publicado pela Embaixada, que reúne dados das autoridades reguladoras de ambos os países, o nível de radiação registado na cidade de Fukushima foi de 0,135 microsievert por hora (unidade usada para dar uma avaliação do impacto da radiação ionizante sobre os seres humanos), quase como em Seul (0,120).
Em Tóquio, a taxa foi ainda mais baixa do que em Seul (0,036 microsieverts), tal como o foi na cidade de Iwaki (0,060), situada a apenas 30 quilómetros da central nuclear de Fukushima Daiichi, devastada pelo tsunami de 11 de março de 2011.
// Lusa
Só alguém completamente tapadinho acredita nesses números oficiais.