/

Em 2019, Amelia Earhart teria dificuldade em desaparecer

3

AD / Wikimedia

A lendária aviadora Amelia Earhart junto ao seu Lockheed Electra, 6 de junho 1937

Com os avanços da tecnologia, os sistemas de navegação atuais poderiam ter ajudado a salvar, ou pelo menos encontrar, a lendária aviadora Amelia Earhart.

Quando Amelia Earhart descolou em 1937 para voar ao redor do mundo, as pessoas pilotavam a apenas 35 anos, pelo que a experiência de furar os céus era muito pouca. Quando tentou voar pelo Pacífico, Amelia – e o mundo – sabiam que era muito arriscado.

A aviadora acabou por não conseguir cumprir a sua missão, tendo sido declarada morta em janeiro de 1939. Desde então, muitos outros aviões foram perdidos em todo o mundo, como é o caso do desaparecimento, em 2014, do Voo 370 da Malaysia Airlines sobre o oceano Índico.

As tecnologias inerentes à indústria da aviação estão cada vez mais avançadas. Os sistemas de monitorização dos aviões, mesmo a grandes extensões e muitos deles em tempo real, permitem que as aeronaves naveguem com muita mais facilidade.

Até 2000, os pilotos eram obrigados a usar equipamentos de localização de rádio para seguir uma rota de um aeroporto para um farol de transmissão de rádio num local fixo, e, depois, de farol em farol até chegar ao aeroporto de destino. Este era um processo demasiado complicado que, ao longo dos anos, foi facilitado à medida que as novas tecnologias iam surgindo.

Nos primeiros anos do século XXI, os pilotos das principais companhias aéreas começaram a usar o Sistema de Posicionamento Global dos Estados Unidos e outros sistemas similares que usam sinais de satélites em órbita para calcular a posição do avião.

Segundo o Phys.org, o GPS é muito mais preciso e permite que os pilotos pousem mais facilmente em condições meteorológicas adversas, sem haver a necessidade de transmissores de rádio terrestres. A navegação por satélites permite também que os pilotes voem diretamente entre os destinos, já que não precisam de seguir rotas de um radiofarol para outro.

Existem seis sistemas de navegação por satélite: o GPS, administrado pelos EUA; o Galileo, gerido pela União Europeia e pela Agência Espacial Europeia; o GLONASS russo, que cobre todo o planeta, o NAVIC da Índia que cobrre o oceano Índico, o sistema QZSS que o Japão começou a operar para melhorar a navegação no Pacífico e o BeiDou da China, que se espera que alcance o mundo inteiro até 2020.

Os sistemas operam independentemente uns dos outros, mas alguns recetores de navegação por satélite podem mesmo juntar os dados de muitos deles, fornecendo informações adicionais e preciosas aos pilotos. Assim, quando os aviões se perdem nos ares, a empresa ou o país responsável começa a procurar a aeronave, num processo que, muitas vezes, reúne esforços internacionais.

A maioria dos aviões é monitorizada por radar, mas quando os aviões voam além do alcance do radar terrestre, como em viagens de longo curso sobre os oceanos, as aeronaves são monitorizadas através de um método criado há mais de 70 anos: os pilotos têm de transmitir periodicamente o controlo do tráfego aéreo com relatórios sobre onde se encontram, a altitude e qual o próximo marco de navegação.

Nos últimos anos, foi lançado o método “Vigilância Dependente e Automática – Transmissão (ADS-B)” que envia relatórios automáticos sobre a posição dos aviões para os controladores de tráfego aéreo e para as aeronaves próximas, para que seja possível evitar colisões.

Por este motivo, GPS, ADS-B e outro sistemas de navegação poderiam ter ajudado a salvar ou, pelo menos, encontrar, Amelia Earhart e o seu navegador, Fred Noonan, impedindo-os de se perderem ou direcionando ajuda para a sua localização exata após o avião ter caído.

A verdade é que, oito décadas depois, os aviões continuam a desaparecer, apesar de ser cada vez mais difícil sair do mapa.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

3 Comments

  1. Tal como é dito no artigo, se ocorreu o “desaparecimento, em 2014, do Voo 370 da Malaysia Airlines sobre o oceano Índico”, sem ter sido encontrado até hoje os seus destroços, nem, tampouco, se sabe qual foi a rota depois do desvio, é questionável o título deste artigo.

  2. Tanta tecnologia e ainda desaparecem aviões enormes que nunca se saberá o seu paradeiro. Já se esqueceram do heli do INEM que se despenhou e ninguém sabia bem onde?

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.