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12 mil testes serológicos gratuitos vão permitir saber se já esteve infetado com covid-19

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Inês Albuquerque / IMM

Maria Manuel Mota, investigadora do IMM e Prémio Pessoa 2013

O Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes anunciou que vai realizar um estudo nacional para apurar prevalência da covid-19 entre os portugueses. Vão ser feitos 12 mil testes gratuitos, e os especialistas elevam a importância da a participação dos portugueses para o sucesso do estudo.

“Dotar Portugal, e também a comunidade científica, da mais completa avaliação já realizada sobre a prevalência da infeção no país”, é com base neste fundamento que arranca hoje o painel serológico nacional para a covid-19. A campanha pretende chegar a 12 mil pessoas no continente, Açores e Madeira.

De acordo com a Rádio Renascença, para já ainda estão a ser recrutados candidatos, mas a campanha de colheitas vai decorrer já até dia 7 de outubro. No estudo vão ser incluídos 102 municípios de Portugal continental e das ilhas.

Os 12 mil testes serão gratuitos e poderão ser feitos nos postos de colheita dos Centros de Medicina Laboratorial Germano de Sousa, a empresa parceira do projeto do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes.

Os testes serológicos vão calcular a percentagem de indivíduos que foram expostos à covid-19, quer tenham tido ou não sintomas de doença, monitorizando a resposta imunitária do organismo através da deteção de anticorpos contra o vírus, a partir de uma amostra de sangue periférico- adianta a renascença.

A Sociedade Francisco Manuel dos Santos e o Grupo Jerónimo Martins são os dois financiadores deste estudo, que vai custar cerca de 2 milhões de euros. O investimento vai permitir “determinar a proporção da população portuguesa que desenvolveu anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2”, assim será mais fácil perceber a prevalência da doença entre a população portuguesa.

Maria Manuel Mota, diretora executiva do Instituto de Medicina Molecular, vê com bons olhos os contributos financeiros que têm como objetivo ajudar a desenvolver investigações que possam permitir avanços na resolução da covid-19 em Portugal.

A aposta na investigação permite “uma monitorização do estado serológico, ou na investigação clínica que permitirá compreender melhor a doença, por exemplo, o que distingue biologicamente indivíduos assintomáticos dos casos ligeiros e dos mais graves”, garante Maria Manuel Mota.

José Soares dos Santos, presidente executivo da SFMS, também destaca a importância de realizar testes serológicos nas populações. “Antecipa-se o impacto do outono/inverno, acreditamos que a realização de testes serológicos é essencial para obtermos um retrato da incidência da Covid-19 em Portugal, que permita tomar decisões mais informadas para a contenção da doença”.

Ainda assim, os testes serológicos não são uma realidade completamente nova em Portugal.

Em julho, foi conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, um primeiro estudo serológico nacional que revelou que, até à data, cerca de 300 mil portugueses já tinham sido infetados pelo novo coronavírus, contudo 44% das pessoas testadas eram assintomáticas e não faziam ideia que tinham estado infetadas com covid-19 – revela a renascença.

Luís Graça, investigador da Faculdade de Medicina de Lisboa, tem a expectativa que esta iniciativa vai ajudar o SNS a tomar decisões antecipadas, e “vai possibilitar saber nas diferentes regiões de Portugal, incluindo nas ilhas, a percentagem de pessoas que contactou com o vírus”.

O professor acrescenta ainda que destes 12 mil participantes, há um subgrupo de 2 mil, que vai ser seguido ao longo do tempo para saber “com que velocidade aumenta esta exposição ao vírus ou de que forma vai mudar esta dinâmica no país.”

De acordo com o Instituto de Medicina Molecular, os dados serão analisados estatisticamente, e os resultados deverão ser divulgados a partir do final de outubro.

Todos os portugueses podem participar no estudo de forma voluntária e para isso podem inscrever-se através do registo no site Painel Covid-19, onde irão encontrar toda a informação necessária.

ZAP //

4 Comments

  1. Estas empresas recebem milhões para fazerem estes estudos, porém tem que vir o desagradado arriscar a vida e ainda tem que ser voluntariamente. Quantos são os funcionários que fazem parte deste estudo e fazem o teste? Porque é que a Maria Manuel Mota, não dá o exemplo.

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