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Portugueses aceitam acolher refugiados, mas não imigrantes

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Portugal é o país que revela maior abertura ao acolhimento de refugiados, mas é um dos que mais se opõe à imigração, revela um estudo europeu que envolveu 18 países.

Os dados do European Social Survey (ESS), recolhidos em 2002/03 e 2014/15, revelam que, “apesar de tudo, continua a haver alguma oposição à imigração na Europa e que Portugal está entre os países que apresenta mais oposição”, disse à agência Lusa a investigadora Alice Ramos.

Mas “o dado mais importante” é que, comparando com 2002, Portugal mostrou em 2014/15 “uma maior abertura à imigração”, salientou a investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

Os dados, que serão divulgados esta quarta-feira, em Lisboa, no encontro “Europa, migrações e identidades”, mostram uma divisão, no conjunto da Europa, entre os que manifestam abertura à imigração (cerca de 59%) e os que manifestam rejeição (cerca de 41%)”.

A Suécia (93%), a Noruega (81%) e a Alemanha (83%) foram os países que manifestaram maior abertura à entrada imigrantes, enquanto a República Checa (70%) e a Hungria (73%) os que mais se opuseram.

“Entre estes dois extremos”, encontra-se “a grande maioria dos países europeus, mas é precisamente nestes países que mais facilmente podem ocorrer mudanças em qualquer dos sentidos, em função de fenómenos contextuais repentinos ou inesperados”, advertem os investigadores.

Alice Ramos explicou que nos países mais favoráveis à entrada de imigrantes está “muito presente” a norma de que não se deve falar sobre racismo ou contra os imigrantes.

Em Portugal, “ainda não há nenhuma norma que nos diga que não devemos falar contra os imigrantes ou que não nos devemos opor à imigração“, porque ainda “é um fenómeno recente” no país, “ao contrário de países como a Suíça e a Alemanha onde a imigração é um tema já muito antigo”, adiantou.

Para perceber a atitude dos europeus face ao acolhimento de refugiados, o estudo questionou os inquiridos sobre a abertura que os governos nacionais devem ter na avaliação dos pedidos de asilo.

Nos 18 países analisados, “Portugal aparece como um dos países mais abertos a que o seu Governo atenda com generosidade os pedidos dos refugiados”, disse Alice Ramos, observando que já o era antes da crise dos refugiados.

Segundo a investigadora, a diferente atitude dos portugueses face aos refugiados e aos imigrantes deve-se ao facto de os considerarem de maneira diferente.

“Os refugiados estão protegidos por sentimentos de piedade pelas imagens que vemos do que acontece àquelas famílias (…) que ficam sem nada de repente, que vivem um clima de horror nos seus países” e “precisam de ajuda“, o que não acontece com os imigrantes.

“Há esta perceção de que os imigrantes vêm tirar os nossos trabalhos, vêm abusar do nosso sistema de Segurança Social, que os imigrantes fazem aumentar o crime, o que não acontece em relação aos refugiados”, sustentou.

O estudo destaca a mudança de atitude, na maioria dos 18 países analisados, no sentido da aceitação dos refugiados.

Em Portugal, 56% dos inquiridos manifestaram-se favoráveis em acolher refugiados, contra 44% que discordaram.

Já a Holanda, a Bélgica, a Hungria e a República Checa, mantiveram-se como os países que demonstram maior rejeição ao seu acolhimento.

/Lusa

1 Comment

  1. Alto lá e para o baile, essa do titulo ser portugueses, eiiiiiiiiiiiiii eu sou português e ninguém me perguntou nada, façam favor de colocar um titulo como deve ser, tipo, a maioria dos portugueses, ou algo do género.
    Quanto a uns tirarem emprego e os outros gerarem sentimentos de piedade, essa tá boa, quem vem para este pais, ou o português que vai para outro pais, é lógico que deve procurar melhorar de vida, ter um emprego, alimentar a sua família, sentir-se útil à sociedade e principalmente a si próprio.
    Não vejo porque uns “podem”, e outros “não”.
    É lógico que se há falta de trabalho, será lógico que aquele que vem de fora e consegue um trabalho, e o português que cá vive não conseguiu e tem as mesmas habilitações, é de se pensar que realmente é mais um português desempregado e um estrangeiro empregado, mas é assim, ora “nós” portugueses que vamos para fora deste país, também quando conseguimos um emprego, será menos um para a pessoa desse país, enfim, é uma roda, e este mundo é assim mesmo, uma “bolinha” grande, mas que ao mesmo tempo já se começa a ver que afinal é pequena, e que todos temos de aprender a viver e conviver uns com os outros.
    E claro está, os governos de todos os países têm obrigações de “fazer uma politica” de globalidade, afinal eu sou português e você pode ser de outra nacionalidade, mas todos vivemos neste planeta, bem redondinho e que andamos a dar cabo dele, sim todos nós de todos os países estamos dando cabo deste planeta que tão bem nos acolhe e que nos dá de tudo, nós os supostamente animais racionais, sim, digo supostamente, porque (e me incluindo sempre, claro), deixamos muito a desejar para seres racionais, não vejo os que nós chamamos de irracionais andarem a estragar o planeta nem a matarem-se uns aos outros, muito pelo contrário, só vejo os supostamente racionais a se destruírem e a destruirei tudo à sua volta. Mas como estava dizendo este planeta é pequeno, parece grande, mas não é, e todos vivemos nele, claro existem muitos países, mas todos somos habitantes do planeta Terra, portanto, somos de “nacionalidade terrena”, porque se um dia alguém resolver “carregar num botãozinho em algum lugar”, lá se vai o planeta e nós com ele, numa dessas “belas” imagens que as bombas nos dão.
    Talvez aí, o que ficar, seja melhor, quem sabe?

    (Ops, o meu português tem muitos erros, não me orgulho, mas assumo)

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