A NASA anunciou esta segunda-feira que o telescópio Hubble espacial detetou possíveis emissões de vapor de água na gelada lua Europa, do planeta Júpiter.
“Localizamos possíveis emissões de vapor que emanam da lua Europa de Júpiter, usando o Hubble”, afirmou, em comunicado, a NASA.
Segundo o comunicado, o telescópio fez imagens do que “podem ser emissões de vapor de água que emergem da superfície” da lua. As imagens ultravioleta captadas pela agência especial detetaram geiseres de água na superfície do satélite.
O astrónomo que lidera o estudo, William Sparks, afirma que não conhece outro fenómeno natural que possa produzir tais imagens a não ser jatos de água.
“Não sabemos de nenhum artefato que possa causar essas características, elas são significativas estatisticamente. Mas continuamos cautelosos, porque estamos a trabalhar com comprimentos de onda difíceis para o Hubble”, explicou Sparks à imprensa.
A localização dos supostos jatos é bastante semelhante à região onde o Hubble detetou um excesso de oxigénio e de hidrogénio – os componentes da água – no início da década.
Segundo a cientista sénior de projetos do Hubble, Jennifer Wiseman, isto torna o caso mais intrigante.
“A primeira observação usou espectroscopia, sendo realmente possível discernir evidências de moléculas de água dissociadas”, afirmou. “Agora, a equipa de Sparks descobriu evidências visuais de jatos. São abordagens diferentes que se complementam e parecem ser provas independentes da existência jatos de água ativos em Europa”.
A descoberta aumenta a possibilidade de futuras missões à Europa analisarem o oceano gelado daquela lua, sem perfurarem o gelo, refere a NASA. Segundo os especialistas, a hipótese de vida no local pode ser confirmada em 2018, quando o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, entrar em órbita.
“O oceano da Europa é considerado um dos lugares que poderá abrigar vida no sistema solar”, disse o diretor interino de Missões de Ciência da NASA em Washington, Geoff Yoder.
As emissões atingem uma altura de cerca de 200 quilómetros de altura. A superfície da lua Europa tem um enorme oceano com duas vezes a água de todos os oceanos da Terra, mas o líquido está protegido por uma camada de gelo, cuja espessura é desconhecida.
O trabalho de Sparks e colegas será publicado na edição de 29 de setembro da Astrophysical Journal.
Caso se confirme a descoberta ontem anunciada, a Europa será a segunda lua do sistema solar conhecida por ter emissões de vapor de água.
Em 2005, a nave internacional Cassini, da NASA, detetou jatos de vapor de água e poeira na superfície da lua Enceladus, do planeta Saturno.
ZAP / Lusa / Canal Tech / CCVAlg / BBC
Bom bom era que fosse vinho, agora água…bahhh
Fica um bocado fora de mão pra ir encher meia dúzia de garrafões !