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Maiores galáxias do Universo são formadas por estrelas de galáxias mais pequenas

NASA/CXC/SAO

Esta enorme galáxia elíptica, NGC 5128 (também conhecida por Centaurus A), é a galáxia deste tipo mais próxima da Terra, situada a cerca de 12 milhões de anos-luz de distância.

As maiores galáxias do universo, elípticas, são constituídas na parte exterior, tal como as de disco, como a Via Láctea, por pequenas estrelas que resultaram da destruição de outras galáxias mais pequenas, conclui um estudo liderado a partir de Portugal.

A investigação, que é mais um passo para a compreensão de como as galáxias elípticas evoluíram, foi conduzida por uma equipa internacional de astrofísicos, liderada por um cientista do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, em Portugal, e os resultados foram recentemente publicados na revista científica Monthly Notices.

O estudo foi realizado a partir da mais profunda imagem do Universo, o chamado Campo Ultraprofundo do Hubble (registado pelo telescópio espacial Hubble e que mostra as galáxias mais distantes) e de simulações matemáticas baseadas no atual modelo de formação e evolução de galáxias.

A equipa liderada pelo astrofísico Fernando Buitrago analisou a estrutura de seis galáxias elípticas muito grandes de há cerca de 6,2 mil milhões de anos, quando o Universo tinha metade da sua idade atual.

As galáxias elípticas são as maiores do Universo e, ao mesmo tempo, as mais difusas, ocupando o centro de ‘enxames’ de galáxias (inúmeras galáxias que interagem umas com as outras, por efeito da gravidade, chocando muitas vezes entre si).

Apesar de as galáxias espirais (em forma de disco), como é o caso da Via Láctea, onde se situa o nosso sistema solar, serem em maior número, há cada vez mais galáxias elípticas no Universo, resultantes de fusões de galáxias espirais, explicou o investigador Fernando Buitrago, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Nos primórdios do universo (universo primitivo), as galáxias em forma de elipse são “muito pequenas, ultracompactas”. À medida que o universo evoluiu, cresceram e tornaram-se “galáxias gigantescas” na época mais recente.

As suas propriedades são ainda muito desconhecidas, por serem galáxias dinâmicas e terem “mudanças muito significativas”, assinalou o astrofísico espanhol.

Pela primeira vez, os cientistas verificaram que, tal como as galáxias espirais, as galáxias elípticas são constituídas, na região exterior, por numerosas estrelas pequenas, que formam uma nuvem estelar envolvendo toda a estrutura da galáxia, o chamado halo.

O halo das galáxias espirais é formado por estrelas de galáxias satélite, mais pequenas, que foram atraídas e ‘engolidas’ por essas galáxias em forma de disco. Nas galáxias elípticas, o halo é também constituído por estrelas que faziam parte de galáxias mais pequenas em seu redor e que foram ‘absorvidas’ pelas galáxias em forma de elipse.

Os cientistas estimam que 20% das estrelas das galáxias elípticas estejam na sua região exterior.

// Lusa

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