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Ibtihaj Muhammad é a primeira americana nos Jogos Olímpicos a usar hijab

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A atleta norte-americana é a primeira mulher muçulmana na equipa dos Estados Unidos a competir nos Jogos Olímpicos com um hijab.

Criada numa família que sempre viu o desporto com bons olhos, Ibtihaj Muhammad experimentou várias modalidades ao longo da adolescência.

Voleibol, ténis e atletismo foram algumas das tentativas mas nenhuma lhe permitia usar o hijab ou vestir as calças compridas que faziam respeitar a sua religião, conta o El País.

Até que, aos 13 anos, a muçulmana, nascida e criada em New Jersey, viu uns atletas com calças compridas e máscaras. Foi então que descobriu a esgrima e a partir daí nunca mais parou.

Hoje, com 30 anos de idade, a afro-americana e muçulmana é a primeira mulher na delegação dos EUA a competir nos Jogos Olímpicos com o tradicional véu árabe.

“Quando coloco a máscara sou eu, uma atleta. Sou vista como uma atleta e só sou julgada pelas minhas habilidades, não pela minha religião, cor de pele ou género”, explica.

“Foi por isso que escolhi esta modalidade, porque me permite ser quem sou e porque ninguém pode ver quem está por trás da máscara”, acrescenta.

Em declarações à BBC, a atleta acredita que a participação no Rio 2016 é “um momento decisivo” para a sua carreira mas também para o país que representa.

“Perante o clima político que se vive atualmente nos EUA, ter uma mulher muçulmana na equipa é algo completamente novo”.

“Estou animada para desafiar os estereótipos e equívocos que as pessoas têm sobre as mulheres muçulmanas. Quero mostrar às pessoas que nós podemos não só fazer parte de uma equipa olímpica mas, sobretudo, da delegação dos Estados Unidos, uma das mais fortes do mundo”, afirma.

Antes da preparação para os Jogos Olímpicos, Ibtihaj já tinha cativado a atenção de vários órgãos de comunicação e marcas norte-americanos.

O seu impacto foi tão forte que a revista Time incluiu-a na lista das 100 pessoas mais influentes de 2016 e a empresa de cartões de crédito Visa quis patrociná-la.

Antes da sua ida para o Brasil, a atleta teve a oportunidade de dar uma aula de esgrima à primeira-dama norte-americana, Michelle Obama.

Em abril, o presidente Obama encontrou-se com Ibtihaj numa mesquita de Baltimore. “Volta para casa com a medalha de ouro” foi o único pedido feito pelo Presidente.

A atleta estreou-se esta segunda-feira na competição, tendo sido eliminada pela francesa Cecilia Berder, mas volta à luta no sábado pelo desafio de equipas.

ZAP

2 Comments

  1. Uma atleta da Arabia Saudita competindo nos jogos olimpicos usando hijab é um progresso… Pois um país que não dá direitos nenhuns ás mulheres permitir fazer isso, é um primeiro passo na eliminação das idiotices do islão.

    Já no caso de uma atleta americana é um retrocesso ao primitivismo retrógrado. Alías, é muito triste que, por causa de uma parvoíce religiosa, alguém tenha de escolher um determinado desporto por causa do traje… Ridículo, no mínimo.

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