Águia diz “au revoir” ao sonho europeu

Guillaume Horcajuelo / EPA

Au revoir! O Benfica despediu-se sem honra nem glória da Liga Europa. Os “encarnados” não conseguiram segurar a magra vantagem que traziam na bagagem de Lisboa e caíram aos pés do Marseille.

Os gauleses foram quase sempre mais ambiciosos, assumiram mais riscos, em contrapartida, os lisboetas actuaram na expectativa.

Roger Schmidt voltou a falhar de forma redonda na estratégia, leu mal o jogo quando teve de fazer substituições – a saída de Neres aos 61 minutos, quando estava a ser a peça mais inspirada no ataque, é sintomática e espelha muito daquilo que tem sido esta temporada do conjunto da Luz.

A 11 minutos dos 90, Moumbagna empatou a eliminatória.

A equipa portuguesa foi perdulária na finalização e da marca dos 11 metros teve o castigo máximo: o adversário não vacilou e foi 100% eficaz nas quatro tentativas que teve e Di María (ao poste) e António Silva (defesa de Pau López) deixaram aberto o caminho das meias-finais, onde os franceses vão defrontar a Atalanta.

Esta foi a terceira época seguida em que as “águias” caíram nos quartos-de-final das provas europeias.

Roger Schmidt manteve a aposta no “onze” que mais tem rodado nas últimas semanas e que já tinha iniciado o duelo da 1.ª mão.

De forma personalizada, as “águias” não se amedrontaram com o “caldeirão” do Vélodrome e Neres deixou o primeiro aviso, porém, Tengstedt, de forma involuntária, travou o remate do colega de equipa.

O Marselha sentiu o toque e começou a assumir as rédeas do encontro: Trubin esticou-se e defendeu um tiro de Ndiaye, Mbemba calibrou mal a mira – na única ocasião flagrante no primeiro período – e na resposta Rafa falhou por pouco o primeiro tento.

Com os problemas de sempre no processo defensivo, o Benfica concedia demasiado espaço aos gauleses, quase nunca pressionava o portador da bola.

Neres ainda ajudava Aursnes no corredor esquerdo, algo que nem Di María, Rafa e Tengstedt faziam — o que dificultava a tarefa de condicionar e contornar o bloco contrário, não obstante isso, ia conseguindo manter o nulo e a magra vantagem na eliminatória.

Jordan Veretout destacou-se com dois remates, uma ocasião flagrante criada, cinco passes progressivos, nove perdas de bola, 46 acções com a bola e tinha um GoalPoint Rating de 6.0. Do lado benfiquista, Neres era quem tinha a melhor avaliação: um GoalPoint Rating de 5.8.

Os gauleses aumentaram a intensidade, ao passo que os portugueses continuaram na expectativa e pouco reactivos, os minutos foram passando e o encontro foi ficando partido, com o perigo a rondar as duas áreas, principalmente a lusa.

Ao minuto 61, João Mário e Kökçü foram lançados nas vagas de Tengstedt e de David Neres, ele que estava a ser o elemento mais desequilibrador e o mais inspirado do quarteto atacante dos campeões nacionais.

O Benfica não ficou melhor com as substituições, continuou a não conseguir ter a bola de forma segura e abria uma cratera no corredor direito, com Bah a não ter o auxílio de Di María, o que obrigava João Neves a vir em sem auxílio deixando o corredor central “apenas” para Florentino.

Quando ao minuto 79 Moumbagna abriu a contagem e empatou a eliminatória, já o Marseille justificava o golo.

As “águias” acordaram e viram Kökcü e Di María próximos de marcar. O encontro ia prosseguir com direito a tempo extra…

David Neres foi o melhor elemento no decurso dos 90 minutos, apesar de ter sido substituído aos 61. O brasileiro concluiu o duelo com um remate, uma ocasião flagrante criada, 5 passes progressivos, 2 super progressivos, 5 recuperações de posse, 7 perdas, um cartão conquistado e um GoalPoint Rating de 7.2.

Os primeiros 15 minutos do prolongamento passaram num ápice e ficaram marcados por dois momentos de perigo, um em cada uma das duas áreas: Di María falhou uma ocasião flagrante aos 97 minutos e na resposta Aubameyang quase fazia um golo de antologia.

O cansaço começou a apoderar-se das duas equipas, principalmente a do Marseille. Com tudo empatado, a sentença sobre quem seria o último semi-finalista ficaria decifrado da marca dos 11 metros…

Di María falhou a primeira tentativa, Correa marcou, Kökçü converteu a tentativa que teve, Geoffrey Kondogbia não vacilou, Otamendi deu esperanças aos encarnados, Balerdi rematou a contar, Pau López deteve o “tiro” de António Silva e Luis Henrique colocou o OM na rota das meias-finais.

Mais um rude golpe para o Benfica numa época de muitos equívocos.

Melhor em Campo

O guarda-redes espanhol Pau López foi enorme da baliza francesa e fechou o encontro com cinco defesas – evitou 1,2 golos (defesas – xSaves) -, no desempate da marca dos 11 metros defendeu a grande penalidade cobrada por António Silva e ainda obteve uma eficácia de 73% no capítulo dos passes. Foi o MVP com um GoalPoint Rating de 8.7.

Resumo

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