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Há cada vez mais crianças portuguesas a tomar a droga da boa nota

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hocolibrary / Flickr

O excesso de medicação das crianças portuguesas está a preocupar alguns médicos, nomeadamente face ao aumento das prescrições associadas a transtornos de hiperactividade e défice de atenção.

Uma investigação do Diário de Notícias apurou que as crianças portuguesas “cada vez mais estão a ser tratadas com anti-psicóticos e outros medicamentos psiquiátricos habitualmente prescritos a adultos com doenças graves do foro mental”.

O jornal cita dados do Infarmed a propósito da Ritalina, um medicamento que tem como substância activa o Metilfenidato, um estimulante do sistema nervoso central que é um derivado das anfetaminas, e que é habitualmente prescrito a crianças diagnosticadas com hiperactividade e défice de atenção.

O DN refere que, em 2014, foram vendidas 276.029 embalagens de Metilfenidato (ritalina), mais 30 mil do que em 2013.

O medicamento será receitado “sobretudo nos hospitais públicos (37%) e em clínicas privadas (39%) a crianças e adolescentes” entre os 5 e os 19 anos, e os números têm vindo a aumentar sobretudo desde 2010, refere o jornal, citando um relatório do Infarmed.

A Ritalina está classificada pela Agência Anti-drogas dos EUA como um narcótico de Classe II, a mesma classificação que é dada à cocaína e às metanfetaminas, consideradas substâncias “perigosas” e “potencialmente causadoras de grave dependência psicológica e física“.

No Brasil, onde a Ritalina faz sucesso entre estudantes universitários preocupados com a obtenção de melhores resultados académicos, é conhecida como a “pílula da boa nota“, por aumentar os níveis de concentração.

O crescente aumento da prescrição deste e de outros medicamentos a crianças preocupa alguns especialistas infantis.

“Estou preocupadíssima com essa tendência, que já é muito expressiva em Portugal. Qualquer dia as crianças são como robôs medicados“, lamenta a pedopsiquiatra Ana Vasconcelos ao Diário de Notícias.

O neuropediatra Nuno Lobo Antunes diz que recebe muitas crianças “medicadas de forma errada para o problema errado“. O médico refere ao DN o caso concreto dos “neurolépticos”, como o medicamento Risperdal que é habitualmente recomendado para a esquizofrenia, mas que é ainda utilizado em crianças autistas.

O director do programa nacional para a saúde mental da Direcção-Geral da Saúde, Álvaro Carvalho, assume que existe “a presunção de que há um tratamento excessivo de crianças com medicamentos como a Ritalina”.

Foi esta preocupação que motivou a criação de “um grupo de trabalho sobre prescrição de psicofármacos em idade pediátrica, com o objectivo de termos informações que não sejam apenas dados empíricos”, justifica Álvaro Carvalho ao DN.

“O que já sabemos é que há uma grande pressão devido a pedidos de prescrição aos médicos pelos pais, psicólogos ou professores para tratar a hiperactividade”, constata ainda, mencionando um “excesso de diagnóstico” devido a “problemas de comportamento”.

Certo é que a toma deste tipo de medicamentos pode ter consequências graves no desenvolvimento das crianças.

“Muitos destes remédios não estão adaptados a um cérebro em crescimento”, explica Ana Vasconcelos.

SV, ZAP

14 Comments

  1. “A droga da boa nota” xD Vocês não estão mesmo preocupados com o preconceito que essas crianças vão sofrer. Vocês são uns palhaços.
    E quantos adolescentes bebem alcool semanalmente? E quantos adultos diariamente? Querem comparar os danos? Porque não chamam ao alcool “droga social”? Porque não chamam ao tabaco “droga dos otários”? E o café, a “droga anti-tédio”?

  2. Pensem um pouco. Como pai de uma criança hiperativa com e com défice de atenção, quando leio uma noticia destas fico com vontade de me atirar para debaixo de um comboio. Serei mau pai?
    O que falta provar e eu sou conhecedor de alguns casos, é que os pais é que tomam a ritalina, para terem um maior desempenho nos seus postos de trabalho. O estigma fica com os filhos…

    • Não é certamente um mau pai 🙂 De resto, todos os pais e mães têm dúvidas e todos os dias tomam decisões erradas pensando no bem-estar dos filhs.

      Quanto à Ritalina, e ao caso abordado no artigo, está em causa o excesso de medicação e de diagnósticos de Hiperactividade e Défice de Atenção. Esse é que é o grande problema – hoje em dia, quando uma criança tem problemas na escola, nomeadamente de aprendizagem, é porque não é “normal” e tem alguma “deficiência”. Esse parece ser o princípio que vigora em todo o lado, nunca se questionando as deficiências da escola, dos professores, do sistema de ensino.

      Mas há crianças devidamente diagnosticadas que talvez beneficiem da toma deste tipo de medicamentos – há casos com bons resultados imediatos, mas o problema são as dúvidas em torno dos efeitos de longo prazo.

  3. Às vezes, uns abraços bem apertadinhos nos nossos filhos (tirando-lhes a pressão de terem que ter boas notas, para serem “alguém na vida”), é o melhor analgésico e tranquilizante que existe. Combatamos a “corrente” que a sociedade impõe (a quem quer ser escravizado pela mesma), de o “ter que ter mais do que” e “ser mais do que”, pois a formação de um ser humano é muito mais vasta e complexa do que estar reduzido a parâmetros de notas (sobre conhecimentos teóricos). Saibamos descortinar e potenciar (no bom sentido), as muitas potencialidades e qualidades humanas das crianças e teremos homens felizes e realizados no futuro…

  4. Ai Jorge o Mundo o Mundo para onde está a ir, em pequeno andava com os meus amigos na rua e até por vezes fazíamos traquinices, isto é muito do que falta aos jovens fechados hoje em dia no seu Mundo virtual onde computadores,telefones e ipads fazem deles zombis , depois vem os Pais dizer que os filhos são hiperativos e com défice de atenção e toma lá medicamento.
    Pensem o porque de cada vez serem mais assim, a maior parte deles nem sabe lidar com o Mundo exterior alias até tem medo dele.

  5. Para onde vai o humanidade se até as crianças já são toxicodependentes?!
    Se não as fechassem em casa em frente aos tablets, PC ou TV, se calhar, isso não seria necessário…
    O ideal seria ir para o campo/prai passear com as crianças, mas isso dá trabalho…
    Claro que droga-las é mais fácil…

  6. O Homem, a muito que deixou de pensar…
    E por consequência, deixou de ser ele decidir a sua vida…
    Perdeu a liberdade e nem deu por isso…
    E aqueles que ainda pensam, “são os loucos”…

  7. Boa Noite, em relação à Ritalina, aconselho a fazerem uma visita à pàgina da Fundação INDIGO em Cascais, eles estão à altura de explicar os malefícios da dita.
    Meus senhores, ACORDEM, estão a prejudicar as novas Gerações!!!
    O Mundo está em Mudança e estas crianças estão cá, para nos AJUDAR!!!!
    O processo da Queda dos poderes instalados está em progresso e eles estão no tempo certo no lugar certo, basta não complicarmos!!!
    Um pouco de estudo à nossa Geração era muito importante!!!

    Boa semana

  8. Quando era miudo não havia nada disso…uma boa futebolada e uma brincadeira aos cowboys e ninguém precisava de ritalinas e seus derivados; hoje em dia com os putos fechados em casa, com pais super protetivos e que muitas vezes exigem das crianças que sejam “o melhor de todos”. Os resultados estão á vista.
    Spedds “meti” alguns mas foi na adolescência e para curtir na boa com os amigos em grandes noitadas (aiaiai que saudades).

  9. Continuem a fechar crianças 8 horas a fio em salas de aulas, sem tempo para brincar, conversar e arejar as ideias e esses números ainda serão maiores nos anos vindouros. Querem criar crinaças como se fossem adultos. Muito triste.

  10. Ai aí hoje em dia diretora,professora, auxiliar até empregada de limpeza é psicólogo francamente tudo é motivo para medição porquê que os professores não os tomam para terem mais paciência com as crianças ou então vão trabalhar para cemitérios ou velórios aja paciência ufaaaaaaa.

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