Fármaco português combate gene “invencível” do cancro colorretal e do pâncreas

ZAP // Dall-E-2

Composto criado em Portugal é o primeiro descrito a bloquear as três principais mutações do gene mais frequente nesses cancros.

Uma equipa que envolve investigadores da Escola de Ciências da Universidade do Minho e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa foi premiada.

Em causa está um composto criado em Portugal, o primeiro descrito a bloquear as três principais mutações do gene mais frequente no cancro colorretal e pancreático.

A equipa venceu um prémio de 20.000 euros, na primeira edição do “Basinnov Innovation Award 2024”, para aplicar em ensaios pré-clínicos.

O composto chama-se PMC79. É baseado no metal ruténio e atua como uma espécie de “bala mágica” em mutações do gene KRAS, ligado ao desenvolvimento de vários cancros, como o colorretal e do pâncreas.

O KRAS era considerado um gene “invencível” ou “não tratável”. Nas últimas décadas foram feitos vários estudos e nada parecia resultar.

Os inibidores que surgiram no mercado nos últimos tempos têm uma eficácia limitada nos cancros colorretal e do pâncreas, no qual o PMC79 parece promissor.

“O nosso composto é o primeiro capaz de inibir especificamente três das mutações mais frequentes do KRAS (G12D, G12V e G13D), sendo o único a inibir a G12V, sem afetar a proteína normal, tanto in vitro em células de cancro no laboratório como in vivo em modelos de ratinhos com cancro”, explicam Ana Preto e Andreia Valente, em comunicado enviado ao ZAP.

Este resultado foi mostrado em células do laboratório e em ratinhos e, se os ensaios pré-clínicos e clínicos correrem bem nos próximos anos, o fármaco poderá ser decisivo nesses e noutros cancros com aquelas mutações, como do pulmão, ovário e útero.

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