Falta de sono leva-nos a fazer confissões falsas

A privação do sono leva as pessoas a assumirem crimes ou culpas pelos quais não são responsáveis. É a conclusão de um estudo científico que apurou que a falta de sono propicia confissões falsas.

A investigação, realizada na Universidade de Michigan, nos EUA, constatou que as pessoas que não dormem ou que dormem pouco têm mais propensão para assumirem culpas por actos errados que não cometeram de facto.

A probabilidade de uma confissão falsa foi 4,5 vezes maior nos participantes deste estudo que ficaram acordados durante 24 horas, relativamente aos restantes que dormiram 8 horas na noite anterior à avaliação.

Dados divulgados pelos investigadores no estudo publicado na revista PNAS, a publicação científica da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

“Esta é a primeira prova directa de que a privação do sono aumenta a probabilidade de uma pessoa confessar falsamente algo errado que nunca ocorreu”, constata a investigadora principal do estudo, Kimberly M. Fenn, citada em comunicado divulgado pela Universidade de Michigan.

A cientistas repara ainda que “é um primeiro passo crucial rumo ao entendimento do papel da privação do sono em falsas confissões e, por outro lado, levanta questões complexas sobre o uso da privação do sono nos interrogatórios a suspeitos inocentes e culpados”.

O estudo é particularmente relevante tendo em conta que a privação do sono é usada em muitos interrogatórios a detidos como tortura psicológica para arrancar confissões.

“Uma falsa admissão de conduta errada pode ter consequências desastrosas num sistema legal já carregado de erros da Justiça”, sublinham os investigadores no estudo.

SV, ZAP

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