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Enfermeiros noruegueses ficam mais baratos formados em Portugal

Joe Philipson / Flickr

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O diretor da Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis afirma que há entidades norueguesas interessadas em formar alunos nessa instituição portuguesa, opção “mais barata” do que qualificá-los no seu país de origem.

Embora o cenário mais frequente seja aquele em que os alunos que terminam as suas licenciaturas em Oliveira de Azeméis têm colocação quase imediata no estrangeiro, Henrique Moreira revelou à Lusa que o fluxo de estudantes no sentido inverso também se tornou uma hipótese – mas só no que se refere à formação universitária, com a possibilidade de os noruegueses virem qualificar-se a Portugal.

“Se criarmos um curso bilingue, em Português e Inglês, a Noruega está disposta a enviar os seus alunos para estudarem cá”, garante o diretor da ESECVPOA, “dizem que lhes fica mais barato mandar os alunos para Portugal do que tê-los a estudar lá, onde a formação em Enfermagem é muito mais cara e nem sequer é tão abrangente como a nossa”.

Qualidade da formação

Essa abrangência de conhecimentos é uma das razões pelas quais os enfermeiros portugueses são facilmente aprovados nos testes de recrutamento internacionais.

“Há entidades que, quando estão a avaliar um candidato nosso, nos ligam a comprovar se ele realmente recebeu formação em determinadas áreas, como, por exemplo, a algaliação, que envolve a introdução de vários tipos de sondas no corpo humano “, refere Henrique Moreira.

“Aqui na escola desenvolvemos competências muito mais abrangentes do que nos outros países e por isso é que às escolas estrangeiras não interessa aumentar o número de vagas ou alargar a matéria dada nos cursos, porque é mais fácil e mais barato vir buscar os enfermeiros portugueses”, defende.

Para o diretor da ESECVPOA, esses países têm assim “mão-de-obra altamente qualificada a custo zero“.

“Por isso é que é uma tristeza ver que em Portugal não se valoriza este capital humano”, explica.

“Temos cá estes profissionais de qualidade todos e a realidade é que nos nossos hospitais há falta de enfermeiros, sendo que os rácios portugueses [de serviço de enfermagem nas unidades de Saúde] ainda não estão ao nível da média europeia”, conclui.

/Lusa

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