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China vai “fazer chuva” para uma região 10 vezes maior que Portugal

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A China está a desenvolver um projecto que visa levar a chuva a seis províncias do norte do país, particularmente afectadas pela seca. A ideia é, literalmente, fazer chover sobre uma área de 960 mil quilómetros quadrados.

O projecto, que foi aprovado pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR) da China, vai implicar um investimento estatal de 1.150 milhões de yuans, mais de 156 milhões de euros, e é “um dos maiores programas do governo para modificar o tempo”, conta o jornal South China Morning Post.

Estes planos de modificação do tempo passam pelo lançamento de foguetes para “inseminar” as nuvens com produtos catalisadores, como cristais de iodeto de prata, para induzir a chuva sobre as províncias de Gansu, Shaanxi, Qinghai, Ningxia, Sinkiang e Mongólia Interior.

Estas áreas, que ocupam cerca de 10% do território chinês, são especialmente afectadas pela seca e a China espera, em três anos, poder resolver o problema criando chuva de forma artificial. A região em causa, com 960 mil km2, é mais do que 10 vezes maior do que o território de Portugal, com 92 mil km2.

O projecto implica “a compra de quatro novos aviões, a actualização de oito aeronaves já existentes, o desenvolvimento de 897 equipamentos de lançamento de foguetes e a ligação de 1.856 aparelhos a sistemas de controle digital”, destaca o mesmo jornal.

Este método de controle do tempo não é propriamente novidade na China e é também usado noutros países, nomeadamente nos Emirados Árabes Unidos, onde há até planos para construir uma montanha para fazer chuva.

Em 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, as autoridades chinesas já recorreram a esta técnica para ajudar a clarear o céu, antes da cerimónia de abertura. E, com os níveis de poluição do ar que afectam as cidades chinesas, a prática vai ganhando cada vez mais força.

As estimativas governamentais indicam que, através deste método, a China conseguiu aumentar o volume de precipitação em 55 mil milhões de metros cúbicos entre 2006 e 2016.

ZAP //

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