As autoridades do Zimbabué querem retirar os chifres aos rinocerontes que vivem nos parques públicos do país numa tentativa de prevenir a caça furtiva.
“A nossa estratégia é tentar salvar os rinocerontes. Se os caçadores souberem que os rinocerontes não têm chifres, é menos provável que os matem”, afirmou à Bloomberg Cephas Mudenda, membro do conselho dos Parques do Zimbabué e da Autoridade de Gestão da Vida Selvagem.
De acordo com a Motherboard, entre 2007 e 2009 um quarto dos rinocerontes do Zimbabué foram mortos ilegalmente, com o objetivo de extrair e comercializar os chifres dos animais.
Segundo a agência Reuters, a remoção dos chifres de um só rinoceronte poderá custar aproximadamente 1.077 euros e o processo poderá remover até 93% do chifre do animal.
Os Parques do Zimbabué, que não recebem financiamento do governo, estão a receber doações para completar o programa, que começou este mês, e já permitiu que fossem retirados os chifres a 45 rinocerontes.
No entanto, a organização Save the Rhino duvida que esta medida afaste os caçadores – que podem continuar a matar os rinocerontes por vingança.
A organização realçou que a maioria dos rinocerontes alvo da mesma intervenção, realizada em 1990, foi morta passado um ano – e em 2011, dois rinocerontes morreram duas semanas após o procedimento.
Uma vez removidos, os chifres dos rinocerontes voltarão a crescer entre sete a dez centímetros no espaço de um ano, o que implica que a medida terá de ser aplicada várias vezes, elevando os custos.
De acordo com Fundo Mundial para a Vida Selvagem e Natureza, 5% dos animais morre ao ser sedado – o que torna o procedimento “demasiado arriscado”.
A África do Sul tem a maior população de rinocerontes do mundo, negros e brancos, valorizados pelos chifres que, segundo algumas pessoas da Ásia, curam o cancro e aumentam a virilidade.
Em 2014, cerca de 40 chifres de rinoceronte – no valor de milhões de dólares – foram roubados do cofre de uma organização de turismo do Estado na África do Sul.
BZR, ZAP