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Vulcão de Marte “morreu” ao mesmo tempo que os dinossauros

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NASA/JPL/USGS

O extinto vulcão Arsia Mons, em Marte, captado por sonda da NASA no planalto Tharsis Montes.

O extinto vulcão Arsia Mons, em Marte, captado por sonda da NASA no planalto Tharsis Montes.

Quando os dinossauros ficaram extintos na Terra, um vulcão em Marte também “morreu”. A descoberta foi feita por investigadores da NASA que estudaram os mistérios em torno do grupo de três vulcões marcianos, de grandes dimensões, que é conhecido como Tharsis Montes.

Foi assim que, recorrendo a técnicas de informática avançada, conseguiram concluir que o vulcão Arsia Mons, um dos que pertence ao Tharsis Montes, deixou de expelir lava mais ou menos na mesma altura em que os dinossauros ficaram extintos, avança a NASA num artigo no seu site.

O “adormecimento” do Arsia Mons terá ocorrido há cerca de 50 milhões de anos, coincidindo com o chamado Evento de Extinção do Cretáceo-Paleogeno que varreu por completo os dinossauros, bem como grande parte dos animais e plantas do nosso planeta.

“Estimamos que o pico de actividade para o campo vulcânico no cume do Arsia Mons ocorreu, provavelmente, há aproximadamente 150 milhões de anos – o período Jurássico tardio na Terra – e que depois, morreu por volta da mesma altura que os dinossauros na Terra”, salienta um dos investigadores envolvidos na pesquisa da NASA, Jacob Richardson do Centro de Voo Espacial de Goddard.

“É contudo, possível que a última fuga vulcânica ou duas possam ter estado activas nos últimos 50 milhões de anos, o que é muito recente em termos geológicos“, acrescenta Richardson que apresentou os resultados desta pesquisa na 48.ª Conferência Anual de Ciência Planetária e Lunar que decorreu no Texas, EUA, no passado dia 20 de Março.

No artigo científico publicado no jornal Earth and Planetary Science Letters, os cientistas da NASA explicam que identificaram 29 saídas vulcânicas no Arsia Mons, localizadas dentro da caldeira, a depressão em forma de cratera no topo do vulcão.

A caldeira do Arsia Mons mede cerca de 110 quilómetros e é “profunda o suficiente para acolher todo o volume de água do Lago Huron e ainda mais”, refere a NASA.

O Lago Huron é um dos maiores lagos do mundo e o segundo maior dos cinco grandes lagos da América do Norte, situando-se entre o estado do Michigan, nos EUA, e a província de Ontário, no Canadá.

Para estudarem o Arsia Mons e perceberem quando é que ele esteve activo pela última vez, os cientistas da NASA recorreram a imagens de alta resolução, captadas pela sonda da NASA Mars Reconnaissance Orbiter (MRO ou Órbita de Reconhecimento de Marte).

Assim, concluíram que a mais recente actividade vulcânica do Arsia Mons terá sido há entre 10 a 90 milhões de anos, enquanto que os fluxos de lava mais antigos reportam para há 200 milhões de anos.

Jacob Richardson compara o vulcão marciano a “uma lenta e gotejante torneira de magma”, notando que o “Arsia Mons criava cerca de uma saída vulcânica a cada 1 a 3 milhões de anos, no seu pico, comparativamente com uma a cada cerca de 10.000 anos em regiões semelhantes na Terra”.

ZAP //

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