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Em Portugal, viver no campo não foi só “moda covid”

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Cgw / Wikimedia

Casas em Nisa

A tendência veio para ficar: quatro anos depois, a procura por casas nos concelhos mais pequenos aumentou 81%.

A COVID-19 mudou muita coisa. Em muitos países, incluindo Portugal.

Mudou rotinas, mudou hábitos de saúde em milhares de casas, mudou empregos para milhares de pessoas. E também originou muitas mudanças de casa.

O famoso e histórico êxodo rural inverteu-se: agora há milhares de portugueses a deixar as grandes cidades, ou arredores, para viver no interior, longe da confusão.

O teletrabalho foi um factor essencial. Um regime de trabalho que era raro até Março de 2020 passou a ser a regra em muitas empresas.

Não foi só uma “moda”. É difícil quantificar quantos portugueses preferiram viver no campo, mas a procura de casas nos municípios mais pequenos do país quase duplicou nos últimos quatro anos.

O portal Idealista mostra a diferença na procura de casas à venda nos conselhos com menos de 10 mil habitantes entre o início de 2020 e o arranque de 2024: aumentou 81%.

Quase duplicou em média mas, em 48 municípios mais pequenos, a procura mais do que duplicou desde 2020.

Olhando sobretudo para o primeiro ano, até ao início de 2021 os concelhos com menos de 10 mil habitantes que registaram maiores aumentos na procura foram Mêda (Guarda) e Belmonte (Castelo Branco). Números impressionantes: subida de 334% em Mêda e de 306% em Belmonte.

Quatro anos depois, e comparando com o início de 2020, a procura de casas aumentou muito em 97 dos tais 120 concelhos com menos de 10 mil habitantes.

Agora o município que lidera na subida é Nisa (460%!), seguido por Santa Cruz das Flores e Porto Moniz, todos acima de 400%.

Mas o pequeno município mais procurado para comprar casa no início de 2024 é mesmo Santa Cruz das Flores, nos Açores.

A oferta no interior também aumentou. Neste caso em metade dos municípios menos populosos, com os maiores aumentos a serem sentidos em Melgaço (Viana do Castelo) e Vimioso (Bragança), onde o stock duplicou.

E, sem surpresas, o que também subiu foi o preço. Aumentou em 45 dos 53 municípios menos populosos com dados disponíveis entre 2020 e 2024. Ponta do Sol, Povoação, São Vicente, Aljezur e Santana registaram os maiores aumentos de preços; e aqui a oferta caiu, a procura disparou.

Mas ainda há 10 municípios com preços das casas medianos inferiores a 500 euros/m2. Ou seja, uma casa de 100 m2 custa menos de 50 mil euros. Aqui: Torre de Moncorvo, Vila Velha de Ródão, Celorico da Beira, Crato, Gavião, Nisa, Pinhel, Góis, Penamacor e Figueira de Castelo Rodrigo.

Nisa (456 euros/m2) e Gavião (458 euros/m2) são os concelhos com casas mais baratas.

ZAP //

4 Comments

  1. É urgente repovoar o interior, dotar o interior de infraestruturas e desenvolvimento, é imperativo desenvolver o interior de Portugal para assim o país ser mais sustentável, só podemos receber muitos imigrantes se formos sustentáveis economicamente como país , para podermos dar condições a todos, aos portugueses e aqueles que escolhem o nosso país!

  2. Sinceramente no interior a qualidade de vida é superior. Com outro ritmo.
    Sou do Porto, mas gosto imenso de ir a Penalva do Castelo. Lá encontro a paz e tranquilidade com harmonia da natureza. Se quiser um pouco mais de “agitação” vou a Viseu.

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