Presidente eleito realmente derrotou Kamala Harris no voto popular, mas foi uma das margens mais pequenas desde…o século XIX.
Donald Trump acumulou mentiras, alegações sem qualquer evidência, ao longo da campanha eleitoral.
Provavelmente a mais mediática decorreu no único debate com Kamala Harris, quando disse que há imigrantes que “comem os cães, os gatos. Eles comem os animais de estimação das pessoas que vivem lá” – foi prontamente desmentido pelos moderadores do debate, que reforçam que não há provas disto.
Uma semana antes das eleições presidenciais, só num discurso, Trump atirou para o ar 16 ideias falsas, resumiu a CNN.
Algumas delas: a ideia de que a agência de emergências não respondeu imediatamente na Carolina do Norte, no furacão Helene; a ideia de que quando era presidente a imigração ilegal estava no valor mais baixo de sempre nos EUA; ou que há mais de 300.000 crianças desaparecidas, mortas, escravas sexuais ou escravas por causa de Kamala Harris.
Mesmo assim, Donald Trump venceu as eleições no dia 5 de Novembro.
E foi uma vitória “histórica”, ou mesmo “esmagadora”, como tem sido comentado. O próprio presidente eleito disse: “Tivemos um sucesso estrondoso. A maior vitória em mais de 100 anos“.
Mas também isso é mentira.
As contas do The New York Times mostram que a vitória do Partido Republicano, no voto popular, foi a que conseguiu uma das margens mais curtas… desde o século XIX.
E, olhando para as contas até sexta-feira passada, realmente a diferença foi mesmo mínima: 49,998% para Trump, 48,4% para Harris. É a terceira margem mais pequena desde 1888.
A diferença de 1,6 pontos percentuais ainda ainda pode descer para 1,5 pontos percentuais, acrescenta o jornal.
Mas a ideia de vitória “esmagadora” continua e vai continuar-se a espalhar.
Por dois motivos principais: faz parecer Donald Trump mais popular do que é; e dá outro alegado poder, um alegado estatuto, se forem aplicadas medidas mais radicais no próximo mandato.