O Vesúvio entrou em erupção em 79 d.C, assolando assentamentos num raio de 20 quilómetros. Uma grande área em torno do vulcão ficou coberta de cinzas vulcânicas, e milhares de pessoas morreram. Um novo estudo aponta agora que estas mortes podem ter sido ainda mais horrendas do que se pensava até então.
Segundo uma nova investigação, publicada no fim de setembro na revista Plos One, o calor intenso da erupção vulcânica pode ter feito com que os cérebros da vítimas explodissem.
Os investigadores acreditam que algumas vítimas podem ter morrido após os seus fluídos corporais terem sido vaporizados pelo calor intenso oriundo do vulcão. Com esta vaporização, a pressão dentro do corpo foi aumentando até atingir um ponto de inflexão, que acabaria por causa a explosão do cérebro a partir do interior do mesmo.
O estudo, conduzido por uma equipa de arqueólogos do Hospital Universitário Federico II, na cidade italiana de Nápoles, analisou ossadas recuperadas de 12 câmaras à beira-mar em Herculano, uma das cidades mais próximas do vulcão.
Esta zona costeira, onde viviam cerca de 4 a 5 mil pessoas, foi o último refúgio de cerca de 300 moradores, que morreram instantaneamente devido à enorme onda de gás e fragmentos vulcânicos que foram expelidos da cratera do vulcão.
A partir da análise, os cientistas descobriram um estranho resíduo mineral de cor vermelha e preta no ossos, incluindo na parte interior dos crânios, evidenciando marcas das cinzas em volta e dentro do próprio esqueleto.
De acordo com a publicação, os resíduos encontrados contêm traços de ferro e dióxido de ferro, que podem ser resultado da exposição do sangue a níveis extremos de calor.
As maiores quantidades de ferro foram encontradas nas marcas avermelhadas – identificadas nos ossos cranianos e pós-cranianos – nas cinzas encontradas no interior dos crânios e na areia junto à praia.
“Estas descobertas indicam que a quantidade extremamente alta de ferro encontrada pode não ter sido originada a partir das cinzas vulcânicas ou aos produtos vulcânicos, mas antes da [vaporização] dos fluídos corporais da vítimas”, remata o estudo.
O Vesúvio, localizado no golfo de Nápoles, tornou-se amplamente conhecido após a erupção de 79 d.C, que dizimou as cidades romanas de Herculano e Pompeia. Atualmente, ainda está ativo, tendo registado a sua última erupção em 1994.
ZAP // LiveScience / IFLScience
Aqui está uma novidade com “barbas” bem longas!
Há imensos anos que se sabe que as vítimas em Herculano (nas tais 12 câmaras à beira-mar) foram vítimas de uma núvem piroclástica (e não “vaporizados pelo calor intenso oriundo do vulcão” como indica o texto).
Terão porventura realizado análises a mais restos mortais … mas que os cérebros explodiram, isso já se sabia!