O vírus tem sintomas semelhantes à gripe e está a espalhar-se pela China. No entanto, por enquanto não há sinais que indicam que está à porta uma nova pandemia.
Estão a ser registados níveis elevados de infeções pelo metapneumovírus humano (HMPV) em algumas regiões da China, o que suscita preocupações que fazem lembrar outras crises sanitárias que também começaram na China. Mas será que há razões para temer uma nova pandemia?
O HMPV, um vírus de ARN de cadeia simples da família Pneumoviridae, não é um novo agente patogénico. Identificado em 2001 nos Países Baixos, circula nos seres humanos há mais de 50 anos e a maioria das pessoas é exposta ao vírus por volta dos cinco anos de idade.
Os sintomas principais são semelhantes aos da constipação e da gripe, incluindo febre, tosse, dores de garganta e dores de cabeça. Embora seja geralmente ligeira, pode levar a complicações graves, como bronquiolite e pneumonia, especialmente em crianças pequenas e populações vulneráveis. Estima-se que o vírus seja responsável por cerca de 10% das hospitalizações por infeções do trato respiratório inferior em todo o mundo, refere o IFLScience.
“Certamente pode causar doenças graves, por isso acho importante que as pessoas saibam que está por aí”, explica o professor Paul Griffin, diretor de doenças infeciosas da Mater Health Services, em Brisbane, ao The Guardian. “O desafio é que neste momento não há muito que possamos fazer a não ser educar as pessoas para reduzir a transmissão. Não há vacina ou antivirais, embora existam algumas vacinas em desenvolvimento”, acrescenta.
O recente aumento do número de casos colocou o HMPV como a segunda principal causa de infeções respiratórias em crianças na China, atrás da gripe, mas à frente da COVID-19 e de outros agentes patogénicos comuns. O Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças atribui o aumento a fatores sazonais e a uma melhor vigilância das doenças.
O aparente aumento de casos deve-se provavelmente em parte à nova tecnologia que deteta e identifica mais facilmente o HMPV, adotada na sequência da pandemia de COVID-19, que pode estar a revelar casos anteriormente não detetados.
O empenho da China em aumentar a transparência e a partilha atempada de dados epidemiológicos e genómicos foi destacado como crucial pelos especialistas em saúde a nível mundial. Esta abertura é essencial para confirmar que o HMPV é a principal causa do surto e garantir que não existem mutações preocupantes.
Sanjaya Senanayake, especialista em doenças infeciosas da Universidade Nacional Australiana, sublinha que o surto representa provavelmente um pico sazonal e não uma nova ameaça pandémica. “Tal como muitos vírus respiratórios, o HMPV tem picos sazonais, normalmente no final do inverno e no início da primavera. Esta pode ser simplesmente uma má estação exacerbada por fatores virais e comportamentais”, explicou Senanayake.
Embora a situação continue a ser um desafio para o sistema de saúde da China, não se espera que se transforme numa emergência global. Os especialistas sublinham que a manutenção de uma vigilância sólida da doença será fundamental para gerir o surto de forma eficaz e atenuar quaisquer riscos potenciais.
Vi uns quantos vídeos de como está as salas de espera na China e deu me lembranças do começo do COVID. Daqui umas semanas perto de nós…
Curioso… as urgências andam cheias de doenças respiratórias como tem sido anunciado, nem se menciona quais… publicam-se notícias sobre a China mas por aqui nada se diz ao certo o que é… parece que há quem veja vídeos sobre a China… parece que aqui não há vídeos… como aquele caso do que morreu num hospital que teve alta por abandono e estava lá dentro… onde estão os vídeos das urgências dos nossos hospitais?