Investigadores nos EUA apresentaram nova perspectiva sobre os “fagos jumbo”, que tem defesas contra bactérias consideradas evoluídas.
Um bacteriófago é um vírus. Mas, ao contrário do que se pensa logo num primeiro momento, este vírus não afecta os seres humanos.
O bacteriófago é um ser microscópico que infecta sobretudo bactérias e é capaz de infectar e matar as bactérias mais perigosas.
Alguns bacteriófagos são virulentos (reproduzem-se nas células em pouco tempo), outros preferem um estado relativamente inofensivo antes de se “intrometerem” no ADN da sua nova casa.
Na constante investigação sobre a relação entre vírus e bactérias, e na procura por um “travão” eficaz às infecções bacterianas, investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos da América, centraram-se nos “bacteriófagos jumbo”.
Esses vírus são os que apresentam defesas contra bactérias consideradas evoluídas.
Essa espécie de vírus gigantes, de acordo com este estudo publicado na revista científica Nature, constrói um compartimento blindado que age de forma semelhante a um núcleo em células humanas e animais. Um escudo construído a partir de uma única proteína.
“É um tipo diferente de compartimento, diferente de tudo que já vimos na natureza”, descreveu uma das autoras do estudo, Elizabeth Villa.
Os mesmos bacteriófagos jumbo também são capazes de proteger o material genético central do vírus – componente necessário para replicar e espalhar.
Elizabeth acrescentou que este tipo de biologia é “muito estranho” porque, ao mesmo tempo que os vírus constroem o seu núcleo celular, o seu escudo, também precisam de importar e exportar algumas coisas da região, com precisão e selectividade.
Após esta pesquisa, há novas esperanças, de acordo com o outro responsável Joe Pogliano: “Agora que sabemos que certos bacteriófagos têm um escudo, podemos fazer ‘superfagos’ que são melhores no combate às defesas bacterianas”.