A produção de vinho em Portugal atingiu os 7,4 milhões de hectolitros no ano passado – o que corresponde ao resultado mais alto desde 2001. A produção de azeite também teve, em 2023, a segunda campanha mais produtiva de sempre.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção de vinho aumentou em quase todas as regiões do país, em 2023.
Foi a segunda campanha mais produtiva deste século.
De um modo geral, no ano passado, os vinhos uma “estrutura complexa e equilíbrio entre o teor alcoólico, a acidez e os taninos”.
Os dados divulgados indicam também que o grau de auto-aprovisionamento do vinho se fixou em 108,9% na campanha de 2022/2023, abaixo dos 112,4% registados em 2021/2022.
Mas nem tudo foi bom no vinho
A produção vinícola registou um decréscimo de 6,9% face à campanha anterior, agravada pela redução de 20,2% das importações.
O consumo de vinho decresceu 9,2%, “particularmente no que respeita aos vinhos sem certificação”, refere a autoridade estatística nacional.
As estatísticas agrícolas indicam que na campanha 2022/2023 se verificou também uma diminuição significativa das exportações de vinho (-25,9%).
Campanha do azeite em alta
Por seu turno, a produção de azeite ultrapassou os 1,75 milhões de hectolitros em 2023, na segunda campanha oleícola mais produtiva de sempre.
As Estatísticas Agrícolas de 2023, do INE indicam, contudo, que o elevado teor de humidade das azeitonas dificultou a extração de azeite, o que resultou numa funda [rendimento da azeitona no lagar] menor.
Os dados divulgados referem ainda que o grau de auto-aprovisionamento do azeite em 2022 foi de 198,6% (98,6 pontos percentuais acima da autossuficiência), ficando 66,2 p.p. abaixo do valor apresentado em 2021.
O país bateu o recorde do grau de auto-aprovisionamento em 2021, tendo registado o valor mais elevado de toda a série disponível.
Nota negativa para os cereais
A campanha dos cereais para grão de outono/inverno 2022/23 foi muito marcada pela “seca severa da primavera”, sendo a pior de sempre para todas as espécies cerealíferas.
Tratou-se da pior campanha de sempre para todas as espécies cerealíferas, de acordo com as Estatísticas Agrícolas de 2023 elaboradas pelo INE, devido aos decréscimos de áreas (exceto cevada) e de produtividades.
Outono e inverno atenuaram prejuízos maiores
A precipitação acumulada no outono/inverno possibilitou depois alguma recuperação dos níveis de armazenamento das albufeiras e regadios privados, permitindo que a campanha de regadio decorresse com normalidade, adianta.
Apesar de dificuldades pontuais de escoamento e armazenamento do milho para grão, devido à concentração das colheitas antes das chuvas, registou-se um aumento de produção de 7%, face a 2022.
A produção de arroz, por sua vez, registou um crescimento de 15% em resultado dos aumentos de área e, sobretudo, de produtividade.
ZAP // Lusa