Vídeo mostra Presidente bielorrusso armado em dia de protestos

Пресс-служба Президента России / Wikimedia

Aleksandr Lukashenko, Presidente da Bielorrússia

O Presidente da Bielorrussia, Alexander Lukashenko, apareceu hoje num vídeo com uma arma e colete à prova de balas, enquanto descia de um helicóptero para a sua residência, numa altura em que milhares protestam na capital, Minsk.

O momento insólito ocorreu numa altura em que se registam protestos de milhares de pessoas a exigir a saída do Presidente Alexander Lukashenko, reeleito a 9 de agosto, mas que enfrenta há semanas forte contestação.

Quando Lukashenko pousou no Palácio da Independência, em Minsk, os manifestantes estavam reunidos numa praça próxima.

O vídeo foi divulgado na aplicação de mensagens Telegram e num canal que a comunicação social identificou como sendo próximo do serviço de imprensa de Lukashenko.

Os manifestantes dizem que os resultados oficiais das eleições presidenciais de 09 de agosto, que deram a Lukashenko o sexto mandato, com 80% dos votos contra 10% da candidata da oposição Svetlana Tikhanovskaia, são fraudulentos.

Segundo a agência Associated Press (AP), mais de 100 mil manifestantes reuniram-se hoje numa vasta praça de Minsk e depois marcharam pela cidade.

A agência France Presse (AFP) descreve que, munidos de bandeiras brancas e vermelhas, as cores do protesto, os manifestantes reuniram-se na Praça da Independência e nas ruas circundantes, entoando slogans como “liberdade!”.

Órgãos de comunicação social ligados à oposição, que também têm feito relatos sobre manifestações semelhantes em outras cidades da Bielorrússia, falam em “mais de 100.000 manifestantes na capital bielorrussa”, num protesto que ocorre pelo segundo domingo consecutivo.

Os manifestantes contestam os resultados, considerando-os “fraudulentos”, e denunciam “repressão brutal”, como descreve a AFP.

“Se [Lukashenko] realmente ganhou a eleição, então por que é que tanta gente vai às ruas contra ele?”, questiona Yevgeny, um manifestante de 18 anos.

Já Nikita, de 28 anos, refere que Lukashenko “quer que todos se dispersem e vivam como antes”, mas garante: “Nada nunca mais será igual”.

Na semana passada, em Minsk, mais de 100.000 pessoas reuniram-se para exigir a saída de Lukashenko que está no poder há 26 anos no poder.

Mas o presidente bielorrusso descartou a saída do cargo, conforme solicitado pela sua principal adversária na votação de 9 de agosto, Svetlana Tikhanovskaïa que após as eleições se exilou na Lituânia por medo ameaças, conforme relataram familiares.

// Lusa

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