O artista português Alexandre Farto, que assina como Vhils, desloca-se este mês à Coreia do Sul, onde irá fazer uma intervenção numa sala de espetáculos, contou o artista urbano à Lusa.
O projeto, “ligado à música”, a ser executado este mês, só será visitável, de acordo com o criador, no início de 2015.
A ida à Coreia do Sul encerra um ano de grande projeção, a nível nacional e internacional, do artista que ficou conhecido por “escavar” retratos em paredes.
Em julho, Alexandre Farto inaugurou a sua primeira grande exposição numa instituição nacional, o Museu da Eletricidade.
‘Dissecação/Dissection’ foi “um projeto pesado que levou bastante tempo”, mas “sem dúvida que foi algo positivo”, disse em declarações à Lusa.
“Foi a primeira vez que consegui juntar trabalhos que vêm da reflexão e maturação de todos os projetos que fiz em vários pontos do mundo. Ao juntar [trabalhos], no mesmo espaço, consegues dar outra força e contextualização para as pessoas conseguirem ver a ‘big picture’ [panorama completo]”, referiu.
Além do lado visual do trabalho de Vhils, esta exposição permitiu ao público ver “também o conceito que está por detrás”, que, para ele, “é o mais importante”.
Este ano fica também marcado, na carreira do artista português, pela colaboração com a banda irlandesa U2, para quem criou um vídeo incluído no projeto visual ‘Films of Innocence’, que é editado na terça-feira e é um complemento do álbum ‘Songs of Innocence’.
O ano de 2015 também deverá ser cheio de projetos.
Em março, Alexandre Farto será um dos convidados da mostra cultural ‘Iberian Suite: Arts Remix Across Continents’, em Washington, EUA, onde fará um retrato de Fernando Pessoa, a partir de páginas de livros do poeta.
Em paralelo, Vhils é também um dos responsáveis pela plataforma Underdogs, um projeto que “está a crescer e a ter mais atenção”.
Este projeto cultural, que tem como responsáveis a francesa Pauline Foessel e Vhils, divide-se entre arte pública, com pinturas nas paredes da cidade e exposições dentro de portas, no n.º 56 da rua Fernando Palha, ao Braço de Prata, espaço recuperado e transformado em galeria, e dedicado à produção de edições artísticas limitadas.
“Com este trabalho todo, a Pauline Foessel está cada vez mais a pegar no projeto. É ela quem o gere mais”, disse Vhils.
A ideia inicial era criar um projeto “autossustentável, que ajudasse novos artistas portugueses e oferecesse um programa de arte pública à cidade”, explica o artista.
/Lusa