Vereador gera polémica com “felicidade bovina” das mulheres

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Mário Nuno Neves / Facebook

Mário Nuno Neves, vereador da Câmara da Maia.

Mário Nuno Neves, vereador da Câmara da Maia.

Está instalada a polémica na Câmara Municipal da Maia, depois de uma mensagem do vereador Mário Nuno Neves no Facebook, a propósito do Dia da Mulher, que causou muitos protestos na rede social e na própria autarquia de domínio feminino.

O responsável pelos pelouros da Eficiência Administrativa, Qualidade e Sistemas de Informação, Cultura e Turismo e Protecção Civil, Polícia Municipal e Segurança da Câmara da Maia quis assinalar o Dia Internacional da Mulher, no passado 8 de Março, com uma mensagem publicada no Facebook que está a causar revolta.

Na maioria das retóricas sobre o Dia da Mulher não consigo deixar de perceber um paternalismo camuflado. Nada que me espante. O que me faz pasmar é o ar de felicidade bovina da maioria das mulheres quando escutam essas baboseiras.
Filha minha dava-lhes com uma cadeira na cabeça
“, escreveu o vereador, conforme se pode ler na publicação reproduzida pelo jornal Notícias da Maia.

(dr) Notícias da Maia

Publicação do vereador da Maia, Mário Nuno Neves, no Facebook, a 8 de Março de 2017.

Publicação do vereador da Maia, Mário Nuno Neves, no Facebook, a 8 de Março de 2017.

Estes comentários “provocaram protestos, inclusive dentro da estrutura municipal” que é maioritariamente composta por mulheres, conforme realça o jornal local.

Mário Nuno Neves garante porém, que foi mal interpretado. “Só podem transformar o que eu escrevi num libelo machista por estupidez ou má-fé”, salienta o vereador em declarações ao Jornal de Notícias, realçando que pretendia dizer “precisamente o contrário”.

Numa outra publicação no Facebook, reproduzida pelo Notícias da Maia, o autarca fala em “cúmulo da má-fé”, notando que o acusam de ter dito que “daria com uma cadeira na cabeça a uma filha”.

“O que escrevi é que “uma filha minha daria, com toda a certeza, com uma cadeira na cabeça a quem proferisse tamanhas baboseiras””, esclarece Mário Nuno Neves.

“Para alguém minimamente inteligente”, é fácil perceber que só quis frisar que as mulheres “não precisam de paternalismos”, “precisam é de justiça e de reconhecimento” e de “igualdade”, acrescenta o vereador.

Mário Nuno Neves sustenta que não compreende “porque sorriem” muitas mulheres “bovinamente (no sentido plácido e cândido) quando escutam as baboseiras oficiais, que não passam de retórica”.

Numa outra publicação na rede social, Mário Nuno Neves acrescenta que “os soundbytes deturpam e silenciam as palavras”, reforçando que acredita até que, “regra geral as mulheres são mais capazes de que os homens“, cita o Notícias da Maia.

ZAP //

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22 Comments

  1. Por acaso parece-me que o Sr Vereador, embora tenha perdido uma boa oportunidade de ficar em silêncio, não terá feito exatamente um comentário machista. Antes me parece que gosta de decidir o que é bom ou mau para cada pessoa, e que não percebe a diferença entre sensibilidade, necessidade de se afirmar a liberdade da mulher e o focinho dos bovinos… Pena exprimir-se assim um homem que desempenha as funções de vereador e que deve dar um exemplo de contenção no apelo à agressividade (e menos ainda a uma filha), boa educação, respeito e correção no palavreado.
    Estou certa que vai repensar a forma de comunicar doravante.

  2. 1 este sr. é vereador duma porcaria qualquer porque se fosse alguma coisa de jeito estava cá fora no mercado do trabalho,assim está no tacho que o partido lhe arranjou.2 deixem no falar à vontade na bovinada que tem lá em casa ,cada um faz a publicidade que quiser .

  3. Discordo da expressão “felicidade bovina na maioria das mulheres”. É feio, é depreciativo para as mulheres e é estabelecer uma relação comparativa absolutamente estúpida e infeliz. Não pode este individuo invocar má fé das outras pessoas, relativamente á interpretação que fizeram, porque foi ele que se colocou a jeito. Excluindo isto, e partindo do principio que foi uma idiotice e uma infeliz expressão, o que ele refere parece-me fazer sentido, afinal, retórica, muita retórica para o show-off e para a “fotografia” existe, com fartura, deixando muitas mulheres “felizes” mas depois, na análise real e objectiva, continuam a ser prejudicadas.

    • É curioso como as mulheres que o Vereador estava tentar a defender são as primeiras a não compreender o comentário dele e a atacá-lo. Deixo só uma pergunta: Porque razão existe o Dia da Mulher e não o Dia do Homem? É Paternalismo, como diz muito bem o Vereador, esse dia foi criado para vincar cada vez mais, que as mulheres são “coitadinhas” e devem ser recordadas pelo menos 1 dia por ano… O Vereador tem razão. Quem fica alegre e feliz por ser recordado e defendido apenas 1 dia por ano, são tão acéfalos como os próprios bovinos. Nota final: devia existir apenas o Dia do Ser Humano .

      • Finalmente vejo alguém com alguma formação e inteligência a interpretar correctamente o texto e não a disparar qq coisa nos comentários.

      • Curioso é o seu comentário como mulher que muito provavelmente não é.
        A data surgiu pela primeira vez a 19 de março de 1911 na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

        Desde esse ano, o dia tem vindo a ser comemorado em vários países do mundo, de forma a reconhecer a importância e contributo da mulher na sociedade.

        Outro dos objetivos por detrás da origem do Dia Internacional da Mulher é recordar as conquistas das mulheres e a luta contra o preconceito, seja racial, sexual, político, cultural, linguístico ou económico.

        Em 1975, as Nações Unidas promoveram o Ano Internacional da Mulher e em 1977 proclamaram o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.

        No Dia Internacional da Mulher é comum serem enviadas às mulheres mensagens de apreço e de homenagem, e fazerem-se pequenas surpresas, como o envio de flores e bombons.

      • Maria Andrade, os bovinos não são acéfalos.
        Além disso, o dia da mulher existe e quem quiser comemora, assim como o dia da criança, o Natal e os aniversários… quem não quiser, não comemora… mas todos temos o direito de nos expressarmos livremente, logo que não coloquemos barreiras à liberdade dos outros, nem insultemos ninguém. Ah, e esse vereador revelou falta de tato, de compostura, de inteligência, de sensibilidade, de educação e de profissionalismo.

  4. O vereador tem toda a razão no que escreve e só quem, por má
    fé ou por não saber ler (ou entender), ficou “ofendido”.
    Esses devem ter ficado a ler o texto com alguma estupidez bovina, sim.

  5. O Sr. Vereador Mário Nuno Neves, a propósito do Dia da Mulher, proferiu a seguinte frase:o que me faz pasmar é “o ar de felicidade bovina da maioria das mulheres” quando escutam essas baboseiras…………………
    Eu recomendaria a este “Sr. Vereador” a frase banal – TENHA VERGONHA NA CARA.
    A culpa não é sua mas de quem aí o colocou e em si confiou. E, é por pessoas deste calibre que os cidadãos desta cidade/país que somos representados.

    Por ZAP – 11 Março, 2017

  6. Não há dúvida nenhuma que o vereador não disse que dava com uma cadeira na cabeça da filha. Para dizer isto teria que escrever “dava-lhe” e não “dava-lhes”.

  7. Uma trapalhada completa a atrapalhar ainda mais o já trapalhão dia das mulheres que nos dias seguintes já todos esqueceram e que infelizmente não servem para eliminar as algumas diferenças que ainda existem entre sexos e consoante o país.

  8. Caramba, tantos iluminados analfabetos.
    A mim parece-me que quando se critica o que não está lá, o que efectivamente lá está fica por ajuizar.

    PS: O dia da minha mulher são todos os outros 364 que sobram.

  9. Sendo mulher eu percebo exactamente o que este senhor quer dizer. A igualdade e equidade de género defende-se nas acções do dia a dia, todos os dias. O dia da Mulher hoje em dia serve sobretudo para três fins: para alimentar a máquina do comércio, dar um pretexto a politicos e figuras publicas de aparecerem a dizer coisas bonitas na comunicação social e assim capitalizar a sua imagem, alimentar a maquina de posts e tweets com imagens e frases poéticas. Neste dia a Mulher é levada aos píncaros, maridos e namorados capricham nos jantares e flores, mas no dia seguinte continua tudo na mesma: eles “ajudam” em casa, as suas faltas e erros são mais facilmente perdoados e justificados pela sociedade, as desigualdades salariais mantêm-se.
    A minha filha também seria capaz de atirar com a cadeira ao ar, está a ser educada para não aceitar paternalismos e exigir ser tratada com o respeito que merece. E o homem não chamou ninguém de bovino, disse que algumas mulheres aparentam uma “felicidade bovina”, uma metáfora a respeito do tipo de felicidade e não do tipo de pessoa…

  10. O comentário não é depreciativo para as mulheres, até porque, como mulher, não ligo a pessoas sem educação. Quanto mais, é apenas sinónimo da falta de capacidade de ter um relacionamento normal com qualquer mulher – uma boa terapia pode ajudar o Sr. vereador a ultrapassar o seu medo de ser muito bem substituído na sua função por uma mulher que não tente ser engraçadinha e que revele maturidade e profissionalismo.

  11. Deste “senhor” já nada me espanta!
    No entanto, entre esta e outras tristezas continua a ser “alimentado” pelo dinheiro dos portugueses…

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