Ventura ameaça AD. Câmara Pereira pede coligação com o Chega

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Rui Minderico / Lusa

O líder do Chega, André Ventura

André Ventura ameaçou chumbar o Orçamento da Aliança Democrática (AD), caso a coligação encabeçada por Luís Montenegro não admita negociar com o Chega. Gonçalo da Câmara Pereira, outro dos líderes da AD, expressou vontade em aliar-se ao partido de André Ventura.

Esta segunda-feira, em entrevista à CNN Portugal, André Ventura criticou Luís Montenegro por “ignorar e espezinhar” a vontade de mais de um milhão de portugueses, ao afastar um entendimento com o Chega.

A AD venceu as eleições legislativas antecipadas de domingo, ao eleger – até ao momento (já que faltam apurar os mandatos dos círculos do Estrangeiro) – 79 deputados. Mesmo em coligação com o a Iniciativa Liberal, que elegeu oito, a AD fica longe de garantir uma maioria à direita.

A solução poderia passar pelo Chega (48 deputados), mas Luís Montenegro já foi claro: “não é não”.

Quem também foi “claro” foi André Ventura, que garantiu estar pronto para chumbar qualquer proposta de Orçamento do Estado, caso Luís Montenegro não mostre abertura para negociar: “Se não houver nenhuma negociação, isso é humilhar o Chega e então eu votarei contra o Orçamento“.

“Qual é o problema de se chegar a uma convergência para dar quatro anos de estabilidade aos portugueses? Se não querem sequer olhar para as nossas propostas, então isso não é pisar-nos, é espezinhar um milhão de portugueses. São eles [AD] os responsáveis pela ingovernabilidade, não sou eu”, considerou o líder do Chega.

Quem também critica esta posição de Montenegro é Gonçalo da Câmara Pereira, presidente do Partido Popular Monárquico (PPM), que integra a AD.

O líder do PPM defende um entendimento com o Chega, em nome da estabilidade. Apesar do “não é não” de Montenegro, o líder do PPM disse, em entrevista à Antena 1, que em política, muitas vezes, tem de se dar passos atrás.

“Ele tomou aquela posição, mas eu não vejo mal nenhum mostrar abertura ao Chega e não me assustava (…) Acho que o país precisa de estabilidade e, por isso, não fazia mal nenhum dar um passo atrás para dar dois para a frente”, considerou.

Câmara Pereira disse que não há que ter medo do Chega e que vai pedir, ainda esta terça-feira, uma reunião com Luís Montenegro, para expressar a sua posição.

Gonçalo da Câmara Pereira considera que não se pode menosprezar a vontade dos portugueses, que elegeram 48 deputados do Chega.

Na mesma entrevista, o líder do PPM admitiu que não esperava que a AD ganhasse as eleições: “Tirar uma maioria absoluta em dois anos é difícil. O resultado surpreendeu-me (…) foi uma tarefa colossal e o doutor Montenegro um herói”.

Miguel Esteves, ZAP //

3 Comments

  1. Só agora retiraram a mordaça ao Bardo , mas continua a ser intragável o que tenta entoar ! ……… Preparemo-nos para enfrentar uma vida ainda muito mais “Negra” !

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  2. Temos que anular as comemorações
    Do 25 Abril 1974, e voltar a comemorar apenas em 25 Abril 2074!!!!!
    Cada vez á mais Fascistas e Nazistas.

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