Cinco eurodeputados do PS votaram a favor, três não. Duas ex-ministras desalinhadas. “Lá terão uma ideia muito própria”.
O Parlamento Europeu reconhece Edmundo González Urrutia como presidente legítimo e democraticamente eleito da Venezuela.
A votação da proposta, que decorreu nesta quinta-feira, terminou com aprovação de 309 eurodeputados, 201 votos contra e 12 abstenções.
O texto foi desenhado e negociado pelo português Sebastião Bugalho (Aliança Democrática) e pelo espanhol Gabriel Mato.
O documento apela a que os países da União Europeia façam todos os esforços possíveis para assegurar a tomada de posse de Edmundo González, em Janeiro.
A proposta também pede a detenção do presidente venezuelano Nicolas Maduro por “crimes contra a humanidade e por todas as graves violações dos direitos humanos”.
A resolução, não-vinculativa, até contou com contributos dos socialistas europeus – mas houve divisão entre os eurodeputados socialistas portugueses.
No PS, Marta Temido, Ana Catarina Mendes e Bruno Gonçalves votaram contra. “Não sei como”, começou por analisar Filomena Martins na rádio Observador.
“Lá terão uma ideia muito própria sobre o que é a democracia na Venezuela, sobre quão democráticas e livres foram as últimas eleições”.
“Ficaram alinhadinhos com a extrema-esquerda, com a ‘ditaMadura’ na Venezuela”, continuou a directora-adjunta.
Mas, como destaca o Observador, houve cinco eurodeputados do PS que reconhecem Edmundo González como presidente da Venezuela: Francisco Assis, Isilda Gomes, Sérgio Gonçalves, André Rodrigues e Carla Tavares.
“Foram uns desalinhados”, disse Filomena, que destaca o caso de Francisco Assis: “Ele explicou que nem hesitou, foi um imperativo da sua consciência. É uma questão moral, antes da questão política, para Francisco Assis”.
“É muito bom que os partidos tenham pessoas assim. Que não tenham medo, problemas, em ser desalinhados”, finalizou a comentadora.
Entre os eurodeputados portugueses, os outros votos contra esta resolução foram de Catarina Martins (BE) e João Oliveira (CDU). AD e Chega votaram a favor. A IL nem votou.
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Se dúvidas houvessem, ficamos a saber quem são os aprendizes a ditadores que por cá temos, cuidado!…