Salto de Castro é uma aldeia de Zamora, em Espanha, não muito longe da fronteira com Portugal que está à venda por 260 mil euros. Tem 44 casas, uma Igreja, uma escola e até um quartel da Guarda Civil, mas nenhum habitante.
Nascida da chamada “Espanha dos pantânos”, no âmbito do investimento do país em centrais hidroeléctricas, Salto de Castro é uma aldeia abandonada desde 1989. E, agora, está à venda por 260 mil euros.
Salto de Castro formou-se com a expansão da barragem de Castro na fronteira de Zamora com Portugal. Foi construída pela Iberduero, a actual Iberdrola, para acolher as famílias dos funcionários que trabalharam na construção da barragem. Acabou também por acolher os trabalhadores que zelavam pela própria barragem.
Mas os processos de mecanização e de automação que foram implementados para a manutenção da barragem levaram à dispensa dos funcionários que viviam dela. Assim, os habitantes acabaram por abandonar a aldeia.
Foi em 1989 que se deram as últimas transferências de trabalhadores. Desde então, não mora lá ninguém.
O povoado foi comprado por privados no início de 2000, com o intuito de a transformar numa aldeia turística, explorando o seu potencial por estar integrada no chamado Parque Natural das Arribas do Douro.
Mas a crise de 2008 complicou aqueles planos e os proprietários tentam, agora, desfazer-se da aldeia.
No anúncio publicado no site Idealista, refere-se que o povoado tem 44 casas, um bar, uma Igreja, uma escola com várias salas, um quartel da Guarda Civil, uma piscina e zonas desportivas. Além disso, tem um albergue com 14 quartos.
O proprietário está a vender por “ser urbano” e não poder “cuidar da herança ou doação”, refere-se também no anúncio.
Em 2017, os proprietários pediam 1,7 milhões de euros pela aldeia, mas não surgiram ofertas nesse valor. Em 2019, voltaram a tentar a venda, mas já por 6 milhões de euros.
Agora, o valor desceu para os 260 mil euros e o jornal La Opinión de Zamora revela que duas organizações não-governamentais e uma universidade privada já manifestaram interesse em comprar a aldeia.
O valor pode parecer apetecível, mas, na verdade, para poder erguer um projecto turístico no local será preciso um investimento na casa dos milhões de euros. Mas o Governo espanhol poderá apoiar com fundos estatais se considerar que o projecto tem interesse público.