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De esquiador a vencedor da Vuelta, Roglic pedalou para entrar na história

Javier Lizon / EPA

O esloveno Primoz Roglic, da Jumbo-Visma, confirmou este domingo a vitória da Volta à Espanha na sua estreia na competição. O pódio ficou completo com Alejandro Valverde e Tadej Pogacar, respetivamente.

O holandês Fabio Jakobsen (Deceuninck-Quick Step) venceu este domingo ao sprint a 21ª e última etapa da Volta a Espanha em bicicleta. Jakobsen, que já tinha vencido a quarta tirada, cumpriu os 106,6 quilómetros entre Fuenlabrada e Madrid em 2:48.20 horas, batendo sobre a meta o irlandês Sam Bennett (BORA-hansgrohe), segundo colocado, e o polaco Szymon Sajnok (CCC), terceiro.

Roglic confirmou, no circuito de consagração em Madrid que encerrou a 74ª edição da Vuelta, a primeira vitória da carreira em “grandes Voltas”, à frente do espanhol Alejandro Valverde (Movistar), vencedor da Vuelta em 2009 e, desta feita, segundo posicionado, e do compatriota Tadej Pogacar (UAE Emirates), terceiro.

“É bom para o ciclismo esloveno. (…) Hoje, só queria acabar a etapa, nem sequer pensei muito na festa, mas claro, estava a pedalar para entrar na história“, atirou, após a 21ª e última tirada, em Madrid.

Primoz Roglic é talvez um dos ciclistas com o percurso mais irregular na atualidade. Campeão mundial júnior de saltos de esqui em 2007, o esloveno cansou-se da neve e mudou-se para a estrada, aventurando-se no ciclismo.

De acordo com o Record, o ciclista apenas começou a sua carreira sobre duas rodas há oito anos. Com 29 anos de idade, Roglic afirma-se agora como um dos melhores ciclistas, após ter conseguido o terceiro lugar no Giro (Volta a Itália).

Pouco depois de subir ao pódio enquanto vencedor final e da classificação por pontos, o ciclista da Jumbo-Visma, de 29 anos, mostrava o habitual estilo reservado aos jornalistas, ainda que tenha admitido a “incrível sensação” da vitória, sobretudo “por se verem tantos adeptos da Eslovénia”.

“Estou muito feliz. Não tenho palavras para descrever este momento. Esta vitória não é apenas a minha vitória mais bonita, mas também a maior vitória do ciclismo na Eslovénia. Foram três semanas difíceis, com muitos altos e baixos. Os muitos acidentes e contratempos tornaram especialmente difícil mentalmente, mas todos na equipa mostrámos resiliência”, disse Roglic.

Questionado sobre a capacidade de vencer outra das grandes provas velocipédicas, Roglic recusou fazer qualquer previsão, preferindo fazer essa análise “no final da carreira”: “Os números não são importantes, mas sim a conquista muito bonita“, acrescentou.

Antes, em 2018 tinha acabado em quarto lugar na Volta a França, com a desejada vitória a chegar agora, após uma Vuelta de altos e baixos, que começou com a queda da equipa no contrarrelógio por equipas, passou pela segurança na montanha e a vitória no ‘crono’ individual, decisivo para as contas finais.

Aos 39 anos, o campeão mundial, o espanhol Alejandro Valverde, mostrou-se “muito orgulhoso” por conseguir o sétimo pódio em grandes voltas, o 10º top-10 na Vuelta e um ‘vice’ que “sabe a vitória”, segundo admitiu, uma vez que surge dez anos depois de aqui ter triunfado.

O jovem esloveno Tadej Pogacar, que venceu três etapas e a camisola da juventude, classificou também de “incrível” a estreia na Volta a Espanha, com um terceiro posto na geral final a comprovar o surgimento da Eslovénia este ano.

No início do ano, o jovem, de 20 anos, venceu a Volta ao Algarve, um feito que Roglic alcançou dois anos antes, e já na altura Pogacar tinha destacado “o crescimento do ciclismo na Eslovénia, onde há muito trabalho”, tendo deixando desde logo uma garantia: “Vamos ver mais ciclistas eslovenos no WorldTour”.

ZAP // Lusa

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