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“Velocidade Furiosa 10” vai ser filmado em Portugal (e terá um “impacto brutal”)

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Uma parte das gravações do filme “Velocidade Furiosa 10” vai ser rodada em Portugal. Estradas de montanha e o IP5, em Viseu, deverão ser palco de algumas das cenas que vão passar pelo norte e centro do país, mas também por Lisboa.

Na quinta-feira, o Jornal do Centro noticiava que a região de Viseu, nomeadamente o antigo IP5, será palco de algumas filmagens desta longa-metragem.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, também afirmava publicamente que a cidade acolherá uma produção de Hollywood ligada à “alta velocidade”.

Entretanto, o Centro Portugal Film Commission, que se dedica a atrair filmagens internacionais para a região Centro, já confirmou que o próximo filme da saga “Velocidade Furiosa” será gravado em Portugal.

Vin Diesel, esperamos ver-te, e a todos os teus amigos, bem cedo no Centro de Portugal. Temos bons vinhos, não recomendados para velocidades furiosas. Mas vai valer a pena. Prometemos”, escreve esta entidade numa publicação no Facebook, onde enaltece ainda o seu “excelente trabalho” na “captação de grandes produções cinematográficas para o nosso país”.

“Investimento económico brutal no país”

Sofia Noronha, da produtora Sagesse Productions que está envolvida nas gravações, confirma que estas vão decorrer nas regiões norte e centro, e em Lisboa, “durante umas boas semanas”, envolvendo muitos municípios e a presença em Portugal de uma equipa que contará com 600 a 700 pessoas, entre profissionais portugueses e estrangeiros.

“Este tipo de produções abrange vários sectores, carpintaria, construção, maquinaria, guarda-roupa, pequenos negócios, é uma área bastante completa”, aponta Sofia Noronha em declarações à Lusa, adiantando que a rodagem contará também com actores portugueses, ainda não anunciados. Daniela Melchior tem sido apontada como uma das possíveis actrizes do elenco.

Sofia Noronha repara que este tipo de produções de grande orçamento têm “um enorme impacto economicamente, porque é investimento directo no país”.

De acordo com a publicação norte-americana The Hollywood Reporter, o orçamento do filme já ultrapassou os 300 milhões de dólares (cerca de 284 milhões de euros), valor que não inclui gastos em marketing e publicidade.

Por questões de confidencialidade contratual, há muitos detalhes que não podem ser revelados, nomeadamente orçamentais, mas a produtora diz que “é um investimento económico brutal no país”.

“É abrir as torneiras e utilizarmos o máximo de serviços portugueses”, nota Sofia Noronha, salientando que “Portugal tem todas as condições para ser um grande sítio de filmagens, não só pelo tempo” e “pelos preços acessíveis“, mas também porque “somos todos bastante flexíveis, os portugueses aprendem muito rápido“.

Base das filmagens deverá ser Vouzela

O Correio da Manhã (CM) refere que algumas estradas de montanha vão ser palco das gravações, bem como o IP5, na zona da Penoita, em Vouzela, no distrito de Viseu. De resto, o jornal destaca que “grande parte da logística vai ficar instalada em Vouzela“.

O presidente da Câmara desta localidade, Rui Ladeira, fala de “um momento único de projecção do concelho no país e no mundo”, frisando que é um projecto muito “importante em termos económicos e turísticos”, conforme cita o CM.

Mas também vão decorrer filmagens em Vila Real, nomeadamente no Circuito Internacional, o que também agrada ao presidente da autarquia local, Rui Santos.

“As potencialidades paisagísticas da serra do Caramulo foram determinantes para o produtor do filme ter escolhido a região”, vinca ainda o CM.

Além de Portugal, as gravações do filme vão também decorrer no Reino Unido e em Itália.

“Fast X”, o décimo filme da lucrativa série “Velocidade Furiosa”, é realizado pelo francês Louis Leterrier, que dirigiu, entre outros, “Mestres da Ilusão” e “O Incrível Hulk”.

Com argumento de Justin Lin e Dan Mazeau, o filme conta no elenco com Vin Diesel, Charlize Theron, Jason Momoa, Brie Larson e Michelle Rodriguez.

A estreia está prevista para 19 de Maio de 2023 nos EUA.

Incentivos fiscais criados em 2018 decisivos

A Sagesse Productions foi criada em 2020 em plena pandemia e esteve também envolvida nas filmagens de “House of the Dragon”, a prequela da série televisiva “A Guerra dos Tronos”, parcialmente rodada em 2021 em Monsanto, e que se estreia a 22 de Agosto próximo na plataforma de ‘streaming’ HBO MAX.

“Já tinham filmado em Espanha, surgiu-lhes curiosidade em Portugal, em fazer uma visita técnica, para explorarem sítios – e encontraram vários -, mas aquele que ficou mesmo, que eles se apaixonaram, foi Monsanto“, recorda Sofia Noronha, que dá como certo o regresso da produção a Portugal para uma nova temporada.

Outra das produções em que está envolvida é o filme “Nobody’s Heart”, da realizadora espanhola Isabel Coixet, cuja pré-produção arrancará em Agosto em Portugal.

Para Sofia Noronha, a criação de incentivos fiscais, pelo Governo em 2018, é uma das razões de ser da presença de mais produções estrangeiras como “Fast X” em Portugal.

“A indústria cinematográfica está habituada a esses incentivos e todos os nossos concorrentes e vizinhos têm incentivos fiscais, porque normalmente o investimento feito no país é quase o dobro desse incentivo fiscal, o país acaba sempre por beneficiar”, nota.

De acordo com o relatório mais recente sobre incentivos à produção cinematográfica e audiovisual e captação de filmagens internacionais, referente a 2018-2020 e disponibilizado online, foi apoiada a produção de 48 obras, com um incentivo total de 15,3 milhões de euros, e o investimento global em Portugal foi de 58,7 milhões de euros.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Mais um pretexto para aumentar as rendas das casas e o custo de vida dos portugueses. Será de facto um impacto brutal.
    Acordem portugueses!

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