O Vaticano divulgou, ao final da tarde deste domingo, a primeira fotografia do Papa em mais de um mês, onde se vê Francisco na missa na capela do hospital, em Roma, onde está internado desde 14 de fevereiro.
Depois de mais de um mês de internamento, o Vaticano divulgou uma fotografia do Papa Francisco.
A fotografia é tirada por trás e mostra o Papa a usar uma estola roxa, sentado numa cadeira de rodas em frente a um altar.
À porta do hospital Gemelli dezenas de crianças com balões amarelos e brancos – muitas delas oriundas de países devastados pela guerra – reuniram-se para saudar o Papa Francisco no seu quinto domingo de internamento com pneumonia dupla.
Embora o Papa não tenha aparecido nas janelas do 10.º andar, agradeceu-lhes e reconheceu a sua presença na tradicional bênção dominical.
“Sei que muitas crianças rezam por mim; algumas delas vieram hoje aqui, a Gemelli, em sinal de proximidade”, disse o pontífice no texto do Angelus preparado para a oração tradicional, mas que não foi lida ao vivo. “Obrigado, queridos filhos! O Papa ama-vos e está sempre à espera de vos encontrar”, disse Francisco.
O reverendo Enzo Fortunato, presidente do Comité Pontifício para o Dia Mundial da Criança, que organizou o evento, disse que a reunião das crianças com os seus pais foi uma forma de medicina espiritual para o pontífice de 88 anos. Chamou-lhe “a mais bela carícia”.
As crianças representam “um remédio simbólico para o Papa Francisco”, disse Fortunato. E “fazer com que ele saiba que tantas crianças estão aqui por ele alegra-lhe o coração”.
Um pequeno grupo de crianças, cujos balões representavam as cores da bandeira do Vaticano, entrou brevemente no hospital para deixar os seus desenhos, mensagens e flores a Francisco. Muitas destas provinham de bairros italianos mais pobres ou de países afetados pela guerra.
Algumas chegaram a Itália vindas do Afeganistão e da Síria, através de corredores humanitários criados pela instituição de caridade Sant’Egidio, em concertação com o Governo italiano; outras provinham da Ucrânia, de Gaza, da América do Sul e de África.
Andrea Iacomini, porta-voz da UNICEF em Itália, disse que, além de demonstrar afeto pelo Papa, o grupo também queria dizer “basta” aos conflitos que afetam 500 milhões de crianças em 59 países.
“Este Papa não é apenas um líder religioso, é um grande líder global. Um homem de paz. Este Papa é o Papa das crianças”, frisou Iacomini.
Mais de um mês de internamento
Na mais recente atualização médica, no sábado, os médicos disseram que estavam a trabalhar para reduzir a dependência noturna do Papa da máscara de ventilação não invasiva, o que permitirá que os seus pulmões trabalhem mais.
Os médicos sublinharam que, embora a condição do Papa seja estável, ainda precisa de hospitalização para tratamento, juntamente com terapia física e respiratória, que “mostram novas melhorias graduais”, disse o Vaticano no sábado, na primeira atualização médica em três dias.
A próxima atualização não será emitida até meados da semana, disse o Vaticano.
Esta semana, os médicos afirmaram que o pontífice já não se encontrava em estado crítico e com risco de vida, mas continuaram a sublinhar que o seu estado era complexo devido à sua idade, à falta de mobilidade e à perda de parte de um pulmão quando era jovem.
Ainda assim, estão a emitir menos boletins médicos, uma vez que o pontífice tem estado numa trajetória ascendente. Esta semana, uma radiografia confirmou que a infeção estava a desaparecer.
Francisco não tem sido visto publicamente desde que deu entrada no hospital a 14 de fevereiro, após uma crise de bronquite que lhe dificultou a fala. Os médicos fizeram logo o diagnóstico de pneumonia dupla e uma infeção polimicrobiana (bacteriana, viral e fúngica).
As primeiras três semanas de hospitalização foram marcadas por contratempos, incluindo crises respiratórias, uma ligeira insuficiência renal e um ataque de tosse grave.
// Lusa