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Números em África e mistério europeu: a varíola dos macacos nas crianças

NIAID / Flickr

Vírus da varíola dos macacos.

São poucos os casos do surto actual, registados em crianças. Mas nos mais pequenos o risco de desenvolver doença grave é maior.

A varíola dos macacos tem afectado essencialmente homens e quase sempre adultos. Mas também há relatos de crianças infectadas no surto actual.

Portugal ainda estará fora da lista mas, na Europa, Reino Unido, França, Países Baixos e Espanha já tinham registado pelo menos um caso em crianças.

Nesta semana, na terça-feira, foi a vez da Alemanha: uma criança de 4 anos, que mora com dois adultos que foram infectados. Não tinha qualquer sintoma mas apresentou teste positivo, lembra o Deustche Welle.

Encontrar crianças infectadas pelo monkeypox é raro: a Organização Mundial da Saúde indica que 123 crianças apresentaram teste positivo, até agora. Num total de mais de 17 mil casos (com divulgação da idade).

98 dessas crianças/adolescentes têm entre 5 e 17 anos, enquanto 25 têm menos de 5 anos.

Histórico em África

Os números são muito baixos mas, se olharmos para o registo que existe em países africanos, verificamos que a taxa de mortalidade é maior. As crianças têm um risco maior de desenvolver doença grave – sobretudo se tiverem menos de 5 anos.

Na República Centro-Africana, nos últimos 20 anos a taxa de mortalidade por varíola dos macacos entre crianças foi 9,6%; entre adultos desceu para 5,2%.

No Zaire, num surto ainda em 1985, a mortalidade de crianças com menos de 5 anos foi 14,9%, com as crianças entre 5 e 9 anos a terem uma taxa de mortalidade 6,5%. E ninguém morreu entre as crianças com mais de 9 anos.

Apesar destes avisos, a tendência actual é de menor taxa de mortalidade geral – os acessos aos cuidados de saúde são outros.

Mistério nos Países Baixos

Uma criança de 10 anos apresentou um caso positivo de monkeypox nos Países Baixos, há dois meses.

Não foi por contacto sexual e não foi por contacto familiar (todos os seus familiares estavam negativos).

Por isso, ainda hoje os investigadores não conseguem perceber como aquela criança – que esteve em isolamento durante os habituais 21 dias – contraiu o vírus.

ZAP //

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