/

Variante Delta tem quase 99% de prevalência em Portugal

Raminder Pal Singh / EPA

A variante Delta do coronavírus que provoca a covid-19 é a mais prevalente em Portugal, com uma frequência relativa de 98,9% na semana que terminou a 01 de agosto, segundo o Instituto Ricardo Jorge.

De acordo com o mais recente relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal, do total de sequências da variante Delta analisadas, 62 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike (a chamada Delta Plus), que tem mantido uma frequência relativa abaixo de 1% desde a semana de 14 a 20 de junho.

Não foi detetado qualquer caso na semana analisada entre 26 de julho e 01 de agosto (semana 30), refere o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

O relatório do INSA indica que, até à data, foram analisadas 13.807 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 298 concelhos de Portugal.

INSA

Frequência relativa das variantes do SARS-CoV-2 em Portugal

O instituto refere igualmente que têm vindo a ser analisadas uma média de 588 sequências por semana desde o início de junho e que esta amostragem envolveu laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 118 concelhos por semana.

O relatório de diversidade genética do SARS-CoV-2 indica que a frequência da variante Delta chega a atingir os 100% nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Refere também que “a frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1), associadas inicialmente à África do Sul e ao Brasil (Manaus), respetivamente, mantém-se baixa e sem tendência crescente, sendo que não foi detetado nenhum caso destas linhagens na semana 30, de acordo com os dados apurados até à data”.

O INSA acrescenta que não foram detetados novos casos da variante Lambda (C.37), “a qual apresenta circulação vincada nas regiões do Peru e do Chile”.

Entre outras “variantes de interesse” em circulação em Portugal, o INSA destaca as variantes B.1.621 (detetada inicialmente na Colômbia) e Eta (B.1.525 – detetada inicialmente na Nigéria), as quais apresentam mutações na proteína Spike que são partilhadas com algumas das “variantes de preocupação”.

Contudo, sublinha, estas variantes apresentam uma baixa frequência em Portugal, tendo sido detetadas abaixo de 0,8% (B.1.621) ou 0,3% (Eta B.1.525) desde a semana 25 (21 a 27 de junho).

O Instiuto Ricardo Jorge adotou desde junho uma nova estratégia de monitorização contínua da diversidade genética do novo coronavírus em Portugal, a qual assenta em amostragem semanais de amplitude nacional.

“Esta abordagem permitirá uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos temporais entre análises”, explica.

À medida que um vírus se propaga, como aconteceu com este coronavírus, a sua replicação vai provocando mutações que podem alterar as características do mesmo.

Este fenómeno natural torna-se mais frequente na medida em que têm avançado os processos de vacinação um pouco por todo o mundo, sobretudo nos países mais desenvolvidos, escreve o ECO.

No entanto, até ao momento, as vacinas que estão a ser distribuídas na União Europeia têm-se mostrado eficazes contra a variante Delta.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.