Uma vala comum encontrada na Roménia remonta a um surto de peste no século XVIII. Foram encontradas balas dentro da sepultura, o que sugere que as vítimas foram baleadas.
Uma equipa de arqueólogos encontrou, na Roménia, uma vala comum datada do século XVIII. A sepultura continha os restos mortais de seis adultos e uma criança que se pensa terem morrido durante o surto de peste entre 1737 e 1740.
De acordo com o Archaeology, foram também encontrados dois símbolos cristãos juntamente com os restos mortais da criança: uma Cruz de Lorena, que consiste numa linha vertical cruzada por duas linhas horizontais menores; e um pingente encontrado no pescoço da criança, com as imagens da Beata Delfina e São Elzear. Ambos eram santos padroeiros dos noivos, leprosos e pobres.
Foi pingente que ajudou a datar a vala comum, já que Delfina só foi beatificada em 1694, o que sugere que este grupo de pessoas terá morrido durante a epidemia de 1730, em Timisoara.
“O pingente que os ilustra é importante para a nossa descoberta”, disse o arqueólogo Andrei Stavila, citado pelo All That’s Interesting. “Isto porque o túmulo não pode ser anterior a 1694, que é conhecido por ser o ano da beatificação de Delphina, e as informações de que os dois são padroeiros de leprosos são importantes para a nossa hipótese”.
Foram também encontradas balas de pederneira, o que pode sugerir que as vítimas foram baleadas. A equipa de especialistas está a tentar descobrir se foi este o caso e também o que levou estas pessoas a Timisoara e se eram familiares.
“Eles foram baleados. Certamente, mas porquê? Foi culpa da criança? Os sete formavam uma família? Qual foi o contexto do desaparecimento deles?”, são algumas das perguntas que inquietam o líder da investigação.
“Acreditamos que eles tenham morrido durante a pior epidemia, que permaneceu por um longo tempo na memória coletiva e eternamente na escrita, nomeadamente a praga que varreu Timisoara entre 1737 e 1740”, disse Stavila.
Os arqueólogos acreditam que provavelmente as vítimas eram colonos que viajaram para Timisoara vindos da região francesa de Lorena, conforme aquilo que é sugerido pela cruz encontrada.